sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

New Order - Power, Corruption & Lies

Começamos as atividades de 2013 no blog com um álbum que nesse ano se torna um trintão: Power, Corruption & Lies, a obra-prima do New Order.

Diferentemente de Movement, lançado em 1981, esse disco é caracterizado sobretudo por mudanças na sonoridade da banda. 

Se no primeiro álbum, algumas das faixas pareciam mais sobras da Joy Division que foram perdidas com a morte de Ian Curtis e regravadas com Bernard Sumner e Peter Hook nos vocais, nesse novo trabalho, o leque de influências foi bem mais abrangente.

A banda procurava imprimir uma nova sonoridade pra ter sua própria identidade. Para isso, foi necessária uma viagem aos Estados Unidos, onde eles tiveram contatos com sons novos que estavam ganhando uma certa popularidade, como o rap.

Não que haja rap em Power, Corrpution & Lies, mas as batidas que os DJs americanos estavam produzindo acabaram influenciando, ao seu modo, o grupo na composição deste álbum. Prova disso é 5 8 6, que tem um fortíssimo apelo eletrônico.

Como o New Order estava no caminho mais do que natural para se tornar uma banda de electropop, a maioria das faixas inevitavelmente acabaria tendo aquela sonoridade que caracterizou uma grande parte de artistas e de bandas dos anos oitenta.

Com essa pegada dançante e uma verve futurista, aparecem The Village e Ultraviolence. Unidas ao som único do baixo de Peter Hook e com as programações de Stephen Morris e Gillian Gilbert, de certo modo elas ajudam a ditar o ritmo do álbum.

No entanto, isso não significa que o New Order simplesmente esqueceu de suas origens no post-punk. Tendo isso em mente, nota-se as músicas que deixam isso às claras são Leave Me Alone e Age of Consent, que inclusive abre os trabalhos do disco, o que poderia até ter causado uma confusão na época, pois poderia ter induzido as pessoas a pensarem que seria mais um álbum de post-punk.

Em todo caso, como não falar de Power, Corrutpion & Lies sem citar seus maiores sucessos, não é? Mas deixar pro final parece mais divertido. E certo. 

Em primeiro lugar, Your Silent Face. Considerando toda a obra do New Order, ela é uma das faixas que mais consegue sintetizar tudo o que a banda imprime em seu trabalho. Tem elementos de post-punk e de electropop, mas tem seu ritmo diminuido, mostrando também a influência que o Kraftwerk exercia e ainda exerce sobre eles. Aliás, tanto essa última máxima é verdade, que a faixa foi apelidada de KW1, ou seja, Kraftwerk 1.

Blue Monday merece uma atenção ainda mais especial. Não só por ser o maior hit não só do New Order mas também da música eletrônica de modo geral em todos os tempos. A princípio, ela não entrou no disco e foi lançada como um single de 12 polegadas, mas o sucesso dela foi tanto que ela acabou tendo que ser incluída no álbum.

Com uma batida considerada inovadora pra época, foi a primeira música da banda que apresentou essa influência da música norte-americana citada no início do texto.

Deste modo, flutuando entre sons que ainda resgatam a identidade da Joy Division e faixas dançantes que dominaram as paradas musicais e as pistas de dança dos anos 80, Power, Corruption & Lies definitivamente se consolida como um dos discos mais influentes e fundamentais da história da música e sim, você precisa ouvir antes de morrer.

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