quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A História do Glam Metal - Parte 2

Lembram-se das palavras chaves do último post? Van Halen, Quiet Riot, Mötley Crüe, Def Leppard? Bom, esse segundo post será importante, pois vou contar a relevância delas para fazer o estilo chegar ao sucesso.

O Def Leppard, apesar de rejeitar o título de glam, se encaixa perfeitamente na descrição do estilo: roupas sensuais, cabelos armados, letras sobre sexo, riffs grudentos e baladinhas românticas; e é a única banda britânica do estilo a realmente fazer sucesso.

Conquistaram algum furor com High N' Dry, seu primeiro disco, mas os discos de platina realmente vieram com Pyromania, recheado de teclados, em 1983.

Culpa parcial de Robert Mutt Lange, produtor do AC/DC, que reforçou o som da banda com coros majestosos e construiu uma parede sônica heavy metal com portões pop. Mas afinal por que eles são tão importantes? Além de terem feito obras primas do estilo, influenciaram os poderosíssimos Guns N' Roses (capítulo à parte nessa série) e seu baterista continua na ativa, mesmo tendo perdido um braço em um acidente de carro em 1984.

O Van Halen tinha o verdadeiro espírito hedonista do hard rock - basta olhar para o vocalista David Lee Roth, cercado de mulheres, com calças chamativas e uma nuvem de hairspray sob seu longo cabelo loiro.  Misturando a sacanagem com o virtuosismo do guitarrista Eddie Van Halen, produziram hits como Runnin' With the Devil em seu primeiro álbum, mas sua obra prima para os fãs do glam é 1984, cheio de sintetizadores, letras com metáforas safadas (Panama) e até mesmo baladinhas. A imagem icônica de Roth, que tinha um magnetismo de surfista em seus primeiros anos de sucesso, foi o que inspirou o visual de Vince Neil e ajudou a formar o Mötley Crüe. Além disso, a técnica inovadora de Eddie Van Halen na guitarra - o two hands tapping - inspirou milhares de novos guitarristas.

Influenciada por essas bandas, surgiu a cena da Sunset Strip em Hollywood, onde punks e os 'metaleiros' da época (glammers) se acotovelavam para ver shows do Mötley Crüe (que realmente inaugurou a cena), Ratt, London, W.A.S.P, Quiet Riot, entre outros. Além de um som cortante e barulhento, que copiava a energia do punk com a estética sonora mais organizada do hard rock, eles faziam um verdadeiro espetáculo no palco. Sexo e um flerte com Satã eram palavras de ordem, sangue e fogo vinham para provocar tudo e todos. Tudo isso graças a Blackie Lawless, líder do W.A.S.P e antigamente do London (onde Nikki Sixx, baixista do Mötley Crüe, fez escola), que trabalhava com o pai em uma empresa de efeitos especiais e cedeu a Nikki alguns de seus truques.

Mais ou menos nessa época, a coletânea Metal Massacre estava saindo do forno, para atender a demanda dos jovens norte-americanos por novas bandas de metal. A tracklist misturava nomes mais obscuros do metal, como Cirith Ungol; antigos nomes da NWOBHM, como Bitch e Raven; os futuros superstars do thrash, Metallica; e o Ratt. Brian Slagel, idealizador do projeto, queria colocar o Mötley Crüe na dança - Too Fast for Love estava prontinha para entrar no disco, mas a banda saiu na frente com a primeira prensagem de 900 cópias de seu álbum de estréia por sua própria gravadora, a Leathür Records.

Agora seus destinos estavam selados: a próxima sensação mundial viria de bares sujos de Hollywood, encharcada em drogas e levando a máxima do rock n' roll a sério. E mesmo que ele prefira morrer a admitir isso, James Hetfield era um grande fã do Mötley Crüe na época em que eles tocavam por um dólar a hora no Rainbow Bar & Grill.

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