terça-feira, 30 de outubro de 2012

Post de aniversário

No último dia 28 esse blog completou um ano. Talvez pouca gente se importe com essa informação. Talvez ela não seja tão relevante assim, até mesmo pelo fato de que, antes do dia 28, eu lembrava, no dia, eu simplesmente esqueci e não fiz o post de aniversário.

Em todo caso, é como sempre dizem que, antes tarde do que nunca, não é mesmo? Então. Na verdade não tem nada muito especial nesse post em si. Este post é mais pra ser uma espécie de agradecimento a todos aqueles que já passaram por aqui e nos fizeram passar dos pouco mais de vinte mil acessos nos últimos doze meses.

Parece pouco, mas para um blog que mal é divulgado pelos seus próprios donos, podemos dizer que é um número considerável.

Aliás, a primeira da lista de pessoas que eu quero agradecer, não é nenhum dos leitores famosões que ajudaram a aumentar consideravelmente o numero de acessos desse blog, mas sim aquela pessoa que divide isso aqui comigo, que mesmo quando ainda não era oficialmente dona, por muitas vezes foi a maior produtora de conteúdo disso aqui, a primeira pessoa a quem eu quero dizer obrigado é a Catharina Schoene, ou pra quem como eu adora, a Cathy.

Depois, as pessoas que também me produziram conteúdo nesse tempo, tal como Luis Eduardo Veloso Garcia, além de Tiesco Pimentel e Antônio Altvater, que também são parceiros com seus respectivos blogs. Gostaria de agradecer também a Thaysa Costa, que assim como a Cathy, pra quem adora, é a Thatha, que aliás, foi a minha pequena por muito, muito tempo. Se bem que, na verdade, nunca vai deixar de ser.

É óbvio que eu não podia deixar de agradecer Lobão, Rodolfo Krieger, Rodrigo Tavares (aka: Esteban) e a banda Depois do Fim por compartilharem com seus fãs as análises feitas sobre peças de suas obras ou entrevistas aqui, além claro, dos fã-sites de Keane, Cachorro Grande, Muse e de qualquer outra banda que tenha divulgado nossos posts sem que eu tivesse conhecimento disso.

Por fim, só pro caso de eu ter esquecido alguém, que por favor me perdoe e automaticamente inclua-se nesse texto.

Obrigado e continuem acessando, até mesmo porque, se algumas das minhas ideias funcionarem, vai ter muita coisa nova daqui pra frente. E que venha mais um ano!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

The Strokes - Is This It

Muito antes do grupo liderado por Julian Casablancas ter sido abduzido por forças alienígenas e ter se tornado o que é hoje, tendo como seu último lançamento o tenebroso Angles (2011), os Strokes eram tidos como uma das salvações do rock.

Na verdade esse termo de “salvação” é bastante subjetivo, sem contar o fato de que nenhuma das bandas que recebeu esse rótulo até hoje nunca salvou nada. No máximo fez um ou outro bom álbum.

Então, no distante ano de 2001, os Strokes lançavam seu début-album, Is This It, carregado de bases sujas de guitarras, bons solos e baterias dançantes.

Não se engane com a faixa que dá nome ao disco e inicia os trabalhos. Ela soa ligeiramente diferente do que se vai ouvir no restante do álbum. Embora a estrutura seja quase a mesma, o ritmo é bem mais suave. O baixo também parece ser bem trabalhado, embora na prática não seja algo de difícil execução.

Por outro lado, The Modern Age que vem logo na sequência, empolga do inicio ao fim. É rápida e suja, mas sem necessariamente parecer agressiva.

E se na maior parte do disco se ouve algo meio indie, meio punk de boutique, Hard to Explain, que veio a ser o primeiro single tem maiores referências de post-punk, com adereços eletrônicos e batidas fortemente influênciadas pela música pop.

Outro dos singles é Someday, que quase chega na linha de Is This It no que se refere à suavidade, embora seja mais divertida. Aliás sobre seu videoclipe promocional, ele conta com as participações de ninguém menos que Slash e Matt Sorum (Guns N’ Roses, Velvet Revolver). Ou seja, os caras já tinham o moral elevado desde sempre.

Grande destaque do álbum, embora não tenha se tornado single é New York City Cops. Com uma pegada acelerada, é sem dúvida um dos momentos mais empolgantes e agressivos da obra. Uma curiosidade sobre esta faixa, é que ela chegou a ficar de fora da versão americana do disco, que foi lançado à época dos atentados terroristas de 11 de setembro. 

Definitivamente, ter alguma coisa que emperrasse as vendas do álbum era a última coisa que a banda queria para seu disco de estreia.

Por último, mas não menos importante, Last Nite, que é provavelmente o maior êxito do disco, remete à sons dos anos 60, mas ao mesmo tempo parecendo algo bastante original, sem contar que faz quem ouve ter a impressão de que a faixa foi gravada dentro de uma garagem.

No conjunto da obra, alterna momentos divertidos e acelerados, ou até as duas coisas ao mesmo tempo. Não à toa, é considerado não só o melhor disco dos Strokes, como um dos mais importantes da década passada, tratado também como o precursor dessa onda indie que se perdurou pelas paradas nos últimos anos.

Se você nunca teve muito contato com eles, comece por esse disco. E em tempo, passe longe, muito longe de Angles.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Dance Para o Rádio (Listas) - Os 25 melhores sons do Guns N' Roses

Enxugamos o número na lista da semana passada que trazia os melhores sons dos Smashing Pumpkins, mas essa semana voltamos a ter vinte e cinco faixas.

Aproveitando o embalo da série de posts da Catharina que está contando a história do hard rock/glam rock, além de um post recente sobre o álbum The Spaghetti Incident? (1993), a lista dessa semana destaca uma das maiores bandas norte-americanas de todos os tempos.

Senhoras e senhores, do you know where you are? You're in the jungle. Sem mais demoras, vamos à lista com os vinte e cinco melhores sons do Guns N' Roses.


Em tempo, duas observações: Primeira, foi muito, muito difícil não colocar praticamente o Appetite for Destruction (1987) inteiro. Segunda, Live and Let Die e Knockin'on Heaven's Door são reconhecidamente dois clássicos presentes em dois dos melhores discos, Use Your Illusion I e II (1991) respectivamente; e nos shows do grupo até hoje, mas ainda assim, são covers; e o intuito da lista é listar os sons compostos pelo Guns N' Roses.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A História do Glam Metal - Parte 2

Lembram-se das palavras chaves do último post? Van Halen, Quiet Riot, Mötley Crüe, Def Leppard? Bom, esse segundo post será importante, pois vou contar a relevância delas para fazer o estilo chegar ao sucesso.

O Def Leppard, apesar de rejeitar o título de glam, se encaixa perfeitamente na descrição do estilo: roupas sensuais, cabelos armados, letras sobre sexo, riffs grudentos e baladinhas românticas; e é a única banda britânica do estilo a realmente fazer sucesso.

Conquistaram algum furor com High N' Dry, seu primeiro disco, mas os discos de platina realmente vieram com Pyromania, recheado de teclados, em 1983.

Culpa parcial de Robert Mutt Lange, produtor do AC/DC, que reforçou o som da banda com coros majestosos e construiu uma parede sônica heavy metal com portões pop. Mas afinal por que eles são tão importantes? Além de terem feito obras primas do estilo, influenciaram os poderosíssimos Guns N' Roses (capítulo à parte nessa série) e seu baterista continua na ativa, mesmo tendo perdido um braço em um acidente de carro em 1984.

O Van Halen tinha o verdadeiro espírito hedonista do hard rock - basta olhar para o vocalista David Lee Roth, cercado de mulheres, com calças chamativas e uma nuvem de hairspray sob seu longo cabelo loiro.  Misturando a sacanagem com o virtuosismo do guitarrista Eddie Van Halen, produziram hits como Runnin' With the Devil em seu primeiro álbum, mas sua obra prima para os fãs do glam é 1984, cheio de sintetizadores, letras com metáforas safadas (Panama) e até mesmo baladinhas. A imagem icônica de Roth, que tinha um magnetismo de surfista em seus primeiros anos de sucesso, foi o que inspirou o visual de Vince Neil e ajudou a formar o Mötley Crüe. Além disso, a técnica inovadora de Eddie Van Halen na guitarra - o two hands tapping - inspirou milhares de novos guitarristas.

Influenciada por essas bandas, surgiu a cena da Sunset Strip em Hollywood, onde punks e os 'metaleiros' da época (glammers) se acotovelavam para ver shows do Mötley Crüe (que realmente inaugurou a cena), Ratt, London, W.A.S.P, Quiet Riot, entre outros. Além de um som cortante e barulhento, que copiava a energia do punk com a estética sonora mais organizada do hard rock, eles faziam um verdadeiro espetáculo no palco. Sexo e um flerte com Satã eram palavras de ordem, sangue e fogo vinham para provocar tudo e todos. Tudo isso graças a Blackie Lawless, líder do W.A.S.P e antigamente do London (onde Nikki Sixx, baixista do Mötley Crüe, fez escola), que trabalhava com o pai em uma empresa de efeitos especiais e cedeu a Nikki alguns de seus truques.

Mais ou menos nessa época, a coletânea Metal Massacre estava saindo do forno, para atender a demanda dos jovens norte-americanos por novas bandas de metal. A tracklist misturava nomes mais obscuros do metal, como Cirith Ungol; antigos nomes da NWOBHM, como Bitch e Raven; os futuros superstars do thrash, Metallica; e o Ratt. Brian Slagel, idealizador do projeto, queria colocar o Mötley Crüe na dança - Too Fast for Love estava prontinha para entrar no disco, mas a banda saiu na frente com a primeira prensagem de 900 cópias de seu álbum de estréia por sua própria gravadora, a Leathür Records.

Agora seus destinos estavam selados: a próxima sensação mundial viria de bares sujos de Hollywood, encharcada em drogas e levando a máxima do rock n' roll a sério. E mesmo que ele prefira morrer a admitir isso, James Hetfield era um grande fã do Mötley Crüe na época em que eles tocavam por um dólar a hora no Rainbow Bar & Grill.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Guns N' Roses - The Spaghetti Incident?

Apesar de ser um disco de covers e versões (sim, tem diferença), pode se dizer que é o último disco em que o Guns N' Roses tinha no seu som a alma genuinamente hard rock, embora boa parte das músicas desse álbum viesse do punk rock.

Lançado em 1993 ainda durante a mega-turnê de Use Your Illusion (1991), The Spaghetti Incident? parecia mais um projeto despretensioso por parte da banda de Axl Rose do que um álbum com o objetivo de atingir grandes vendagens.

E na verdade não era nem um disco para saciar os fãs, era mais uma coisa de satisfação pessoal mesmo, tocar sons das bandas que eles costumavam ouvir na adolescência.

Mas como ainda assim era um lançamento que tinha o peso do nome Guns N' Roses, precisava de alguma faixa que fosse o carro-chefe para segurar as vendas do disco. Por mais que fosse um projeto da banda, aparentemente a gravadora não pensava da mesma forma.

Em todo caso, essa faixa em questão é justamente a que abre o disco, a bonitinha Since I Don't Have You, original dos Skyliners, um grupo da década de 50.

E mesmo na versão dos Guns N' Roses ela soa como uma canção da época. Um pianinho levado por Dizzy Reed e guitarras bem ritmadas por Slash e Gilby Clarke funcionaram bem na proposta de ser o grande hit-single do álbum, mas longe de ser a coisa mais interessante ao longo das "doze" faixas.

O disco traz momentos bem mais empolgantes e com Duff McKagan quebrando tudo no baixo, como em Down on the Farm, do U.K Subs e em Black Leather, dos Professionals.

Aliás, pode se dizer que McKagan é quem mais se divertiu na gravação do disco. O baixista assume os vocais principais em várias faixas, tais como New Rose do The Damned, You Can't Put Your Arms Around a Memory do Johnny Thunders, além da já ligeiramente mais conhecida pelos fãs, Attitude, dos Misfits, que ele cantava bastante ao vivo sobretudo depois da saída de Izzy Stradlin da banda, em idos de 1991.

Matt Sorum também tem seu momento de destaque no disco. A versão um pouco mais acelerada de Hair of the Dog do Nazareth mostra que o baterista sabe aliar técnica à velocidade. Não à toa, a faixa foi um dos outros singles no álbum.

E o que dizer de Axl Rose? Acharam que eu esqueceria dele, não é? Impossível. Pois lembram-se ali em cima que o número total de faixas do álbum está entre aspas? Pois é. Mesmo sendo um disco bem menos pretensioso, mesmo que ele não tenha sido agraciado com uma turnê para promovê-lo, ainda se tratava de um disco do Guns N' Roses, liderado por Axl Rose. Ou seja, é claro que iria ter alguma polêmica. E teve.

Apesar dos protestos dos outros membros da banda, Rose inlcuiu como faixa escondida Look at Your Game Girl, composta pelo assassino Charles Manson, que dentre outros crimes, é acusado de liderar o assassinato da atriz Sharon Tate, esposa de Roman Polanski.

Não era a primeira vez que Axl colocava uma faixa num disco sem o consentimento dos outros membros da banda. Em Use Your Illusion II ele tratou de enfiar a horrorosa My World como última faixa.

Quando perguntado sobre a polêmica em torno da faixa, Axl explicava que só gravou a faixa por ter achado que se tratava de uma composição de Dennis Wilson, dos Beach Boys.

Sobre as vendas, para o poder de fogo que o Guns N' Roses possuia na época, os números podem ser considerados decepcionantes, apesar de terem conseguido alcançar bons números como na lista da Billborard, embora este fato tenha-se resumido apenas à primeira semana de lançamento.

E sobre o disco de modo geral, não há possibilidade de compará-lo com os discos anteriores da banda, pois claramente não trata-se de um disco de hard rock, embora essa roupagem tenha sido usada em várias versões feitas pela banda. Mas em todo caso, é um bom disco, vale ouvir. Não é espetacular, mas é bom. É divertido.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dance Para o Rádio (Listas) - Os 20 melhores sons dos Smashing Pumpkins

Na lista dessa semana, teremos uma banda que é relativamente bastante citada aqui no blog, os Smashing Pumpkins.

O grupo liderado por Billy Corgan alcançou o estrelato pegando carona na cena grunge do início dos anos 90, mas com o passar dos anos e o lançamento dos discos, foi evoluindo e incorporando cada vez mais elementos em seu som que acabaram ficando bem mais para ícones do rock alternativo de um modo bem mais abrangente.

A banda já passou por diversas formações e está atualmente em turnê, promovendo seu último lançamento, Oceania (2012), tendo apenas o vocalista e guitarrista Billy Corgan como remanescente das formações clássicas, que tinha D'arcy Wretzky ou então Melissa Auf der Maur no baixo.

Bom, diferentemente das listas de New Order e Joy Division, que contaram com nada menos do que vinte e cinco sons, essa foi um pouco enxugada, com cinco a menos. Tendo isso em vista, vamos ao que interessa: Os 20 melhores sons dos Smashing Pumpkins.

20 - Jellybelly (Mellon Collie and the Infinite Sadness: Dawn to Dusk, 1995)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A História do Glam Metal - Parte 1

É impossível separar a história do glam metal (metal farofa, hair metal ou qualquer outro nome que vocês queiram dar a ele) da do heavy metal, porque foi com a ascensão desse estilo tão controverso que as manifestações mais pesadas do rock n' roll caíram no mundo mainstream (fofocas do mundo metal: James Hetfield era fã do Mötley Crüe no início da carreira deles e o Slayer usava maquiagem e fazia covers de Def Leppard). 

Mas vamos por partes, e comecemos com a história dos cabeludos.

Vamos fazer uma viagem no tempo. Imagine que estamos no fim dos anos 70, não existe internet, e toda a música disponível é aquela que as lojas de discos e as rádios podem oferecer. As principais influências das bandas de rock da época são os Sex Pistols, bandas glitter como New York Dolls e T. Rex, monstros do hard rock setentista, como AC/DC e Led Zeppelin e o heavy metal obscuro do Black Sabbath.

Cansados desse cenário, os jovens britânicos resolvem trazer mais peso e velocidade ao metal original, com riffs precisos, pesados e cortantes. Estava inaugurada a NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal), movimento do qual faziam partes bandas como Def Leppard, Iron Maiden, Judas Priest e Saxon, que seriam influentes tanto no glam metal como no thrash.

A divisão é bastante clara: os roqueiros que queriam diversão e fazer sucesso com as garotas tocavam glam metal, enquanto aqueles que se preocupavam em canalizar sua fúria para a música se direcionaram para o thrash metal. Voltando à NWOBHM, o Def Leppard tocava um mix de glam rock e heavy metal clássico, criando um som pop e ao mesmo tempo pesado que definiu o hard rock que se consolidaria alguns anos depois.

Outra banda seminal para o desenvolvimento do estilo foi o Van Halen, que cantava sobre garotas e carros e tinha forte apelo visual - cabelos loiros, armados, roupas extravagantes e a guitarra virtuosa de Eddie Van Halen, direto da Califórnia, berço do glam metal.

Uma banda relativamente desconhecida, porém sem a qual a imagem do glam metal jamais existiria, merece ser citada: a finlandesa Hanoi Rocks, citada como influência pelos poderosos Guns N' Roses.

Liderados pelo vocalista Michael Monroe, com jóias e maquiagem, tocavam um híbrido de glam rock e punk que, combinados com a precisão do heavy metal, criaria o molde sonoro do subgênero que provou que o rock n' roll definitivamente servia para as massas. Apesar de uma carreira promissora, o Hanoi acabou em 1985, quando o baterista Razzle morreu em um desastre de carro provocado por Vince Neil, do Mötley Crüe, enquanto este dirigia bêbado.

Quem abriu as portas da Sunset Strip para o hard rock foi o Quiet Riot, formado pelo futuro guitarrista de Ozzy Osbourne, Randy Rhoads, que abria os shows do Van Halen e alcançou sucesso com o cover do Slade, Cum On Feel the Noize, se tornando uma das primeiras bandas da cena californiana.

Guardem alguns nomes para o próximo post; eles serão seminais. Repitam comigo: Def Leppard. Van Halen. Quiet Riot. Mötley Crüe.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Lobão - Canções Dentro da Noite Escura

Por: Antônio Altvater

Ainda, por certos vestígios de ingenuidade, me surpreendo e me frustro (claro) quando percebo o quanto, boa parte do público que consome música no nosso país está ligado mais a ideia de mercado musical do que na concepção de música como expressão artística, pessoal, manifestação de opinião e outras inúmeras coisas que a produção fonográfica pode se tornar.


Muitos de nós já consumimos, ou ao menos conhecemos alguém que ainda consome música na fórmula "Hitmaker", aquela velha história de "Faz tempo que não ouço fulano na rádio" acaba se tornando sinônimo de que tal artista não anda produzindo discos ou músicas realmente boas. Um grande exemplo disso, é o disco o qual vou tratar nessa resenha. 

Canções Dentro da Noite Escura (2005) do odiado e aclamado Lobão, foi o piloto de lançamento da revista Outra Coisa. O disco conta com participações de Cazuza e Julio Barroso através de manuscritos que estavam guardados e surgiram durante a produção e composição do disco.

Explicando a história do "hitmaker": Lobão, é sem dúvida, dono de um currículo invejável no hall do rock n' roll nacional. Muitos discos que marcaram época durante a época febril do rock brasileiro, inúmeras músicas emplacadas e paradas de sucesso das rádios. Mas de repente, o cenário mudou, o "roque errou" como ele mesmo tinha profetizado anos antes das sucessivas ondas de axé, sertanejo e pagode que estavam por vir. 

E ao contrário do que muitos artistas e bandas fizeram na época, ele não cruzou os braços para viver e relembrar um passado de glórias. E foi a partir de inúmeras tentativas de se reinventar, que o Canções Dentro da Noite Escura nasce. Mas a questão é: 

O público estava pronto para receber o novo trabalho, ou queria o Lobão de antes, cantando os antigos sucessos?

Não, lógico que não. Toda mudança causa um certo desconforto, e a recepção do novo trabalho não agradou muito o público em si. Mas vamos voltar a falar do que interessa de verdade, que é do disco.

Canções Dentro da Noite Escura é basicamente, uma apostila de como se fazer um bom disco de rock, coisa que muitas bandas nacionais atuais que se dizem tocar rock precisam urgentemente aprender a fazer, por isso façam a lição de casa e escutem o disco, descubra porque. 

Timbres de guitarras provocativos, letras densas, fugindo do iêiêiê manjadão e da dor de cotovelo costumeira. Pra Sempre Essa Noite, faixa que abre o disco é um convite para tudo que esta por vir. 

Durante todo o disco, acompanhamos Lobão em uma viagem lisérgica e noturna que começa nas ruas no Leblon e vai parar em confrontos internos e externos, alguns deles de uma certa brutalidade como no caso de Boa Noite Cinderela, Homem Bomba e Balada do Inimigo

Em outros, no entanto, alguns momentos de afeto e como em Vamos Para o Espaço, Você e a Noite Escura, Quente e A Gente Vai Se Amar.

Violência, caos, paixão, luxúria, psicodelia,  são estes os elementos fundamentais pra se fazer um disco realmente importante na discografia nacional. Com a simplicidade e a inteligência que só uma conversa de botequim tem, Canções Dentro da Noite Escura é com certeza um disco que deve ser tomado como referência para quem quer tocar, compor ou ao menos falar de rock nacional.

domingo, 14 de outubro de 2012

Go On

Ele está de volta! Matthew Perry, o eterno Chandler Bing de Friends está estrelando uma nova comédia na televisão americana, Go On

Nessa nova série, Perry interpreta o radialista Ryan King, que está devastado pela perda da esposa, embora que não demostre, e com isso usando o humor como mecanismo de defesa, assim como Chandler costumava fazer.

Aliás, Perry é um daqueles casos clássicos onde um ator fica caracterizado por um personagem. É impossível não remeter aos tiques e as tiradas de Chandler em Ryan King, ainda mais sabendo que o criador da série é Scott Silveri, produtor de Friends.

A história começa a ganhar corpo e ter sua base quando seu chefe Steven (John Cho), ordena que King faça sessões de terapia em grupo, para lidar de uma maneira melhor com a morte da esposa.

Com isso, diferentemente do que se esperava, o gênero da série não é exclusivamente comédia. Há elementos bastante marcantes de drama, passando mensagens e até uma certa moral da história em seus episódios.

Embora a série tenha Perry como centro das atenções, os outros personagens coadjuvantes são divertidíssimos e merecem o devido destaque. Além de Perry e Cho, o elenco ainda conta com Tyler James Williams, de Everybody Hates Chris no papel de Owen.

Com o iminente series finale de How I Met Your Mother e Two and a Half Men, Go On surge já em sua primeira temporada como forte candidata a ser uma das séries de comédia mais populares do mundo.

Tendo uma audiência bastante satisfatória nos seis primeiros episódios, a emissora e a produtora já garantiram temporada completa para esta, diferentemente de Mr. Sunshine, última série de Perry que foi cancelada antes mesmo do décimo episódio da primeira temporada.

Se continuar assim, resta apenas esperar e torcer para que aconteça a renovação para que tenhamos novas temporadas, porque o time é bom e a história tem muito potencial.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Dance Para o Rádio (Listas) - História do Britpop - Discografia básica

No mês de agosto, vocês puderam acompanhar aqui no blog uma série de dez posts que contou, ainda que meio por cima, a História do Britpop, aquele famoso movimento britânico que tomou conta das paradas do mundo inteiro após o declínio do Grunge norte-americano.

Tendo essa série como base, veremos aqui discos lançados nas últimas duas décadas que são básicos para quem quer conhecer o movimento mais a fundo. 

Sendo assim, vamos ao que interessa: A discografia básica do Britpop. E sim, eu sei, mais uma lista saindo na sexta-feira. Eu sei.

Em tempo: É bem verdade que no espaço de tempo correspondente entre os anos de 1994 e 2000 houvessem discos muito mais relevantes para o movimento do que outros que apareceram nessa lista. Mas como se trata de uma discografia básica, a ideia é pegar discos de todas as eras do estilo para que se tenha uma compreensão maior do mesmo.

03 - Definitely Maybe - Oasis, 1994
04 - Blur - Blur, 1997
08 - Ride - Carnival of Light, 1994
09 - Word Gets Around - Stereophonics, 1997
11 - The Great Escape - Blur, 1995
12 - Suede - Dog Man Star, 1994
13 - Just Enough Education to Perform - Stereophonics, 2001
15 - A Nothern Soul - The Verve, 1995
16 - Parachutes - Coldplay, 2000
18 - Kasabian - Kasabian, 2004

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Esteban - ¡Adiós, Esteban!

Desde a sua entrada na Fresno, Tavares havia sido, em partes, responsável pela evolução visual e musical da banda de 2006 até a sua saída, pouco após o lançamento do EP Cemitério das Boas Intenções (2011), onde percebe-se inclusive um amadurecimento musical gritante se comparado com Revanche (2010) e mais ainda com Redenção (2008).

Mas em todo caso, não estamos aqui pra falar da Fresno, mas sim do projeto (que não é mais projeto) ao qual Tavares agora dedica 100% do seu tempo, Esteban.

Logo nas primeiras duas ou três faixas, tem-se a impressão de que se o Keane fosse gaúcho, soaria como ¡Adiós, Esteban!

Mas por outro lado, seria uma injustiça limitar um disco de tanta qualidade à uma simples comparação com um grupo do qual Tavares sofre influência, tendo adicionado apenas uma gaita. Sanfona não. Gaita.

Boa parte dos sons já era bastante conhecido pelo público que o acompanha há tempos, até mesmo porque o próprio soltava as faixas na rede para, de certo modo, testar a aceitação do público, que diga-se de passagem, era sempre boa.

¡Adiós, Esteban! não é um disco difícil. Não pra quem gosta de boa música. Pra esses, a aceitação é fácil, sobretudo pra quem gosta da temática amorosa tratada de um ângulo diferente. Faixas como Canal 12 e Visita retratam bem isso. Só não precisava ter colocado a narração do gol do Gabirú, mas tudo bem. Dessa vez passa.

Mas nem tudo nesse disco é rock gaúcho, ou platino, como Tavares gosta de dizer. Muito Além do Sofá traz o Rio de Janeiro em cada nota do violão e em cada verso cantado de modo mais suavizado, além das vozes femininas, fazendo lembrar bastante uns sons do pop carioca de idos dos anos 90, tipo Fernanda Abreu. E sim, ela tem boas músicas e bons discos.

Sophia, que era uma das mais queridinhas dos fãs de Tavares ganha uma espécie de continuação em Tudo Pra Você. Aliás, duas continuações, ¡Adiós, Sophia! aparece como a redenção (com o perdão do trocadilho) do cara que sofre por alguém e no fim acaba encontrando alguém melhor.

Por fim, como não destacar a participação de Humberto Gessinger em Sinto Muito Blues? Em um dos momentos mais inspirados do disco, essas duas gerações do rock gaúcho se revezam na liderança da faixa, que na verdade é uma regravação da antiga banda de Tavares, a Abril.

Sobre o disco de modo geral, como já foi anteriormente dito, seria leviano limitar a comparação ao Keane. Sim, tem momentos que lembram, bastante, inclusive. Mas Tavares sabe como e onde buscar várias influências de diferentes lados e canalizar tudo isso em suas músicas, mostrando, aliás, que ele evoluiu e muito como compositor.

A verdade é que podemos estar diante do Paul Westerberg brasileiro. Ou argentino. Não. Melhor: Gaúcho.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Ecleticidade musical: Natural com o passar do tempo ou falta de personalidade?

Hoje eu estava vendo televisão quando num comercial de uma dessas coletâneas de quatro ou cinco discos de uma determinada época, tocou Un-Break My Heart da Toni Braxton, que é lá dos idos de 1996.

Estranhamente, ou nem tanto, me deu vontade de ouvir a música. Não que eu nunca tivesse ouvido, mas pelo menos não nos últimos cinco ou seis anos e com um ouvido mais musical. Baixei a música e ouvi umas duas vezes.

Então, comecei a pensar numa coisa que me disseram outro dia desses, que quando você toca um instrumento (e atinge um certo nível de domínio do mesmo), você passa a apreciar outras vertentes musicais que não a sua preferida, no caso da minha, e provavelmente da sua que está lendo esse texto, o rock n' roll.

Nisso, um outro amigo meu disse que conforme a adolescência vai passando e a chegada da fase adulta, a ecleticidade musical torna-se algo natural.

Para que se procure uma base teórica a fim de que se verifique a autenticidade dessa afirmação, podemos nos limitar ao rock e só depois então ir para outros ritmos.

Quando você tem lá seus quinze ou dezesseis anos e nada mais é do que um rebelde sem causa, você quer ouvir coisas que ratifiquem essa sua revolta. Na verdade, hoje a coisa mudou um pouco de figura, porque hoje esse pessoal sub-16 já não se interessa mais tanto por rock assim.

Na minha época (como se fizesse tanto tempo assim), éramos introduzidos ao rock ou pelo Guns N' Roses, ou pelo Nirvana. Alguns desvirtuados e desgarrados começavam pelo Green Day, mas enfim, ainda assim é melhor do que hoje, que o pessoal tem como host da porta de entrada pro ritmo o Restart.

Depois então, você cresce. Conhece os sons clássicos e deixa de ouvir unica e exclusivamente uma só banda. Na consequência de acabar chegando aos Beatles, Stones, Who, Pink Floyd, Led, Queen e tal, é que começa o processo de ecleticidade musical. Sim, você ainda está preso ao rock, mas já está aceitando sons não tão rápidos, por exemplo.

Percebendo então, que muitos artistas de rock tem coisas absolutamente pop em sua obra, como o próprio Queen, bem como David Bowie que inclusive lançou uma trilogia pop, você acaba abrindo a sua cabeça para outros movimentos musicais. 

E em tempo, quando me refiro ao pop, digo não só pela estética musical da coisa, como uma batida eletrônica, por exemplo, mas também no sentido de popularidade. Os Beatles eram pop. Os Stones eram pop.

London Calling que é um dos álbuns que mais representa o punk-rock, tem boa parte de suas bases fundamentadas no reggae e no jazz. E aí, o Clash se torna pior por isso?

Entrando na fase adulta, você aceita ir para festas que toquem sertanejo, coisa inimaginável na sua adolescência pseudorevoltada, não é verdade? Pois é. As coisas mudam. Você pode até não gostar, mas acaba meio que suportando. 

Mas aí você pergunta: Mas não tem só coisa ruim no sertanejo? Sim e não, se for no sertanejo universitário, sim, se for no estilo de modo geral, não. Aliás, tem muita coisa boa por demais, é só ter boa vontade e saber apreciar.

E pra você que já passou da faixa dos vinte mas se recusa a aceitar essa espécie de evolução, abra a cabeça. Não precisa deixar de gostar do seu estilo favorito, da sua banda favorita, é só abrir espaço para coisas que lhe sejam novas. Existe vida além da trinca guitarra, baixo e bateria, cara.

E com isso, a resposta para a pergunta do título do texto é que a ecleticidade musical não se trata de falta de personalidade, mas sim de um processo natural de evolução que cada um de nós passa, e como já foi dito, quem não passa, deveria.

Dance Para o Rádio (Listas) - Os 25 melhores sons da Joy Division

Na semana passada eu meio que resolvi reativar essa sessão do blog, com a intenção de postar toda quinta uma nova lista.

E no último post da sessão, tivemos a lista com os 25 melhores sons do New Order, que como já foi anteriormente dito, de certo modo tem influência inclusive no nome do blog, na verdade porque eles tocam Transmission, que na verdade, é uma música da própria Joy Division.

Hoje, meio que invertendo a ordem natural das coisas, teremos a lista com os 25 melhores sons da Joy Division, que pra quem não sabe, foi o embrião do que veio a ser o New Order após a morte prematura de seu vocalista, Ian Curtis.

Nesse caso, sem mais demoras, vamos à lista dos 20 maiores sons de uma das bandas mais influentes de todos os tempos, a Joy Division. So let's dance to the radio!


A quem não conhece e interessar saber, qualquer registro lançado depois de 1980 é póstumo, dada a já supracitada morte de Ian Curtis

E no final da década de 80 foram lançados dois discos sob o nome de Substance, um do New Order e outro da Joy Division.

Em tempo, lista de quinta sendo postada na sexta, eu sei, eu sei.

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