sábado, 22 de setembro de 2012

The Killers - Battle Born

Nem como manchete de jornal serviria mais: "The Killers decepciona e lança disco irregular" de tão velho e batido que isso já soa.

Mas talvez pelo fato de se ter a certeza de que nada pior do que Day & Age (2008) poderia sair, talvez não se criasse tanta expectativa pela redenção do Killers nesse novo trabalho, até mesmo porque não houve.

Em Battle Born, que saiu oficialmente no último dia 18 embora já tivesse vazado há quase um mês, novamente a banda de Las Vegas parte na ânsia desesperada de ser o novo U2 - assim como o Coldplay - e vai se perdendo cada vez mais dentro do que havia se proposto a fazer no início da carreira.

Não que uma banda tenha que fazer exatamente a mesma coisa sempre. A evolução é algo natural na música, mas nunca se deve fugir das origens. As pessoas gostam de identificar uma banda ouvindo um simples acorde na guitarra ou como um efeito é colocado no baixo.

Mas em todo caso, nota-se em Battle Born que nada sobrou do seu antecessor. Quando a banda vai buscar referências em si própria, acaba chegando na maior parte do tempo em Sam's Town (2006), como logo na faixa que abre o disco, Flesh and Bone, que curiosamente faz, de certo modo, lembrarmo-nos de Bones.

Na sequência, aparece o primeiro single do disco, que como é de se supor, tem a pretensão de ser hit. E vai ficar só na pretensão. Runaways é a prova de que o Killers não empolga mais como antigamente. Aliás, não empolga pelo menos na maior parte do tempo, mas não significa que o disco não tenha bons momentos.

Prova disso é A Matter of Time, que é indiscutivelmente a melhor faixa do álbum. Pra quem ouve o disco pela primeira vez, fica difícil imaginar alguma coisa melhor do que ela dentro do apanhado. E quem pensa assim não poderia estar mais certo.

Em Deadlines and Commitments a banda flerta com o progressivo. Coisa que não haviam experimentado até então na carreira. Apesar da estranheza da mistura, dá pra se dizer que o resultado é satisfatório. Em tempo, não dá pra não linkar a ponte do baixo e o ritmo da bateria quase lá pela altura dos três minutos com Another Brick in the Wall.

The Rising Tide é mais uma das que a banda volta pra Sam's Town e consegue arrancar algum tipo de reação do ouvinte. Dali em diante, e até a voltar em faixas anteriores do disco, nota-se que o Killers vem diminuindo tanto o ritmo ao longo dos anos que daqui um tempo vai acabar parando.

Mais pro final do disco, o Killers vai ainda mais longe no baú de sua obra. Se alguém esperava algum momento de Hot Fuss (2004), ele existe nesse disco. Be Still parece ser fundamentada na última (e pior) faixa do debut da banda, Everything Will Be Alright. Ou seja, há um erro de cálculo.

Curiosamente, a faixa que encerra os trabalhos é a que dá nome ao disco. Em todo caso, Battle Born, a faixa, dá um último gás ao disco, na tentativa de cativar quem ouve. Em partes, até consegue, pois ela se mostra boa, embora o esforço pareça meio em vão pelo fato de ser tarde demais.

Em tempo, a versão remix de Flesh and Bone, que aparece como uma das faixas bônus, é melhor que a original. 

E sobre o Killers, há de se dizer, e lamentar, que pra quem começou a década passada como uma das bandas mais promissoras do mundo, acabou se tornando uma das mais chatas.

4 comentários:

  1. Gosto muito do seu blog rapaz.
    Não sei se já falou algo sobre o Mumford & Sons, seria bacana algo sobre eles.

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  2. E o que achou de "Here With Me"?
    A maioria das críticas que li falaram muito mal dessa música.

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  3. Precisaria ouvir de novo pra dizer, mas se eu nem citei ela na crítica, provavelmente é porque valia menos a pena do que as outras.

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  4. Nossa muita pena mesmo, estava aqui pensando na quantidade de bandas de um disco só que apareceram nessa década, Killers, Strokes, Bloc Party, Bravery, um sem número de picaretas que não conseguem passar do segundo álbum.....

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