sábado, 1 de setembro de 2012

Pantera - Vulgar Display of Power

Antes de se tornar um dos maiores nomes do heavy metal da década de 1990, o Pantera tocava o malfadado glam metal. 

Sim! Os irmãos Abbott, Vinnie e Darrell (baterista e guitarrista, respectivamente), acompanhados por Rex Brown no baixo e Terry Glaze nos vocais lançaram três discos inspirados nas bandas de Hollywood, antes de colocarem Phil Anselmo nos vocais - e mesmo assim, o primeiro disco com este ainda contém muitas influências do estilo. 

Somente com Cowboys From Hell é que as coisas mudaram radicalmente.


Mas esse texto é sobre seu sucessor, Vulgar Display of Power (1992), o disco preferido dos fãs. É possível compreender sua essência apenas olhando a capa: um soco na cara em preto e branco. 

Violência nua e crua para quem quisesse ouvir, o verdadeiro amadurecimento do grupo e sua consolidação como uma das bandas mais influentes do metal da época, que era composto basicamente pelo death e pelas bandas antigas de thrash.

Não existem tréguas entre os 13 minutos que duram Mouth for War, A New Level, Walk (que merece ser citada individualmente como uma das melhores músicas do Pantera e presença obrigatória nos shows) e Fucking Hostile - são agressivas, rápidas e passam sua mensagem, sendo as três últimas alguns de seus maiores sucessos, presentes no disco ao vivo Official Live - 101 Proof (cuja capa estampa a mais famosa camiseta do grupo). Dos dois momentos relativamente calmos do disco, um vem na quinta faixa: This Love, um discurso de seis minutos e meio sobre uma relação fracassada que causou frustrações em ambas as partes envolvidas, estrelada por competentes solos de Dimebag Darrell e urros lancinantes de Phil Anselmo.

Após o finzinho calmo desta - onde o ouvinte pode achar que o som está desligado - vem a introdução frenética de Rise, que traz, em minha opinião, a melhor linha de baixo do disco e um ritmo influenciado pelo punk hardcore. (Aqui é necessário abrir um pequeno parênteses sobre o heavy metal: é um estilo particularmente difícil de classificar, já que conta com inúmeros subgêneros. O próprio Pantera costumava se classificar como power-groove, porém é possível encontrá-los dentro do thrash metal).

Power-groove é uma definição aplicável à trinca No Good (Attack the Radical), Live in a Hole e Regular People (Conceit). Misturando os riffs clássicos do heavy metal com excepcionais linhas de baixo e batidas grooveadas, constroem um caminho que mais tarde foi trilhado por bandas do criticado nu-metal, principalmente o Korn.

Voltando ao peso sem destilação, temos By Demons Be Driven, uma das mais aclamadas pelos fãs, com riffs cheios de peso e a melhor interpretação vocal de Phil no quesito gutural. O encerramento vem com Hollow, o adeus revoltado a um amigo querido que partiu desta para melhor - que 20 anos depois soa como uma profecia, já que Dimebag foi assassinado em 2004, um ano após o fim do Pantera enquanto estava no palco com a banda Damageplan - junto com seu irmão Vinnie.

Definitivamente é meu disco de metal favorito, mas só é apreciado por quem sente prazer em escutar música violenta e não tem problema com volumes - porque quanto mais alto, melhor. Obra básica para qualquer headbanger que se preze.

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