segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Alanis Morissette em São Paulo

Domingo, o segundo dia de setembro de 2012, e fãs de Alanis Morissette enchem o Credicard Hall depois de três anos sem shows da cantora pelo país. Agora, ela inaugurava a turnê do disco Havoc and Bright Lights, que teve mais sete datas no Brasil.

A apresentação estava prevista para começar às 20:00, mas atrasou 40 minutos, com a primeira música - I Remain - tocando por trás da cortina, seguida por Woman Down, do novo disco, e na sequência All I Really Want - a música de abertura de Jagged Little Pill, seu álbum de maior sucesso e onde a cantora toca sua famosa gaita, presente em vários outros momentos - e You Learn - a música que levou alguns críticos preguiçosos a chamarem seu estilo de "rock terapêutico" -, o primeiro de seus grandes hits daquela noite.

Para acalmar, Guardian, em homenagem a seu filho de um ano e meio. A maternidade deixou a cantora um pouco mais sóbria - vestia uma blusa listrada, calças pretas justas, um colete preto e tênis, além de exibir os longos cabelos soltos, sua marca registrada. Porém, Alanis é extremamente agitada quando está no palco: caminha de um lado para o outro, sem parar, quando não está segurando suas guitarras - que são mais ou menos quatro, durante a hora e quarenta da apresentação.

Na sequência temos Perfect, uma balada melancólica sobre pais que colocam muitas expectativas nos filhos, e Forgiven. A simpatia da cantora cativa a todos os presentes: não vi ninguém sem um sorriso no rosto durante o show, pois ela demonstra estar genuinamente feliz e empolgada por estar ali, acenando para o público e fazendo o sinal da paz.

Hands Clean é um momento memorável, especialmente por ser uma das minhas músicas preferidas - é indescritível a sensação de estar cantando ao vivo algumas das músicas que marcam experiências passadas, o que a maioria dos fãs (cuja média de idade era 27 anos, sendo adolescentes na época em que Alanis explodiu) estava fazendo ali. É isso o que faz com que ela seja uma cantora de sucesso: além do talento, é bastante fácil se identificar com suas músicas.

Depois de duas músicas novas - I Remain (sim, foi tocada em duas partes) e Citizen of the Planet - vem Ironic, na qual a canadense solta uma piada: "Nunca cantei essa ao vivo, vocês podem me ajudar?". E é claro que a plateia ajuda, com energia e empolgação. O único ponto negativo é que várias canções tiveram um novo arranjamento e ficaram bem mais suaves, como 21 Things I Want in a Lover e, principalmente, You Oughta Know - com o clássico "are you thinking of me when you fuck her?" não soando tão sincero e amargo quanto há 17 anos atrás.

Após Numb, Alanis e sua simpática banda encenam uma despedida - deixam o palco, mas voltam poucos minutos depois, com um bis fantástico: Hand In My Pocket e Uninvited, trilha sonora do filme Cidade dos Anjos. No segundo bis, temos esperanças de um show mais extenso, mas ao ouvirmos os primeiros acordes de Thank U sabemos que o fim está próximo. Todos de pé, aplaudindo e cantando junto, mostrando nossa gratidão a uma artista tão talentosa e simpática, que, apesar dos 38 anos, se despede como uma menina - acenando e sorrindo.

Com um clima intimista, é um show bastante animado - mas uma experiência inédita para mim, já que estou acostumada ao clima frenético dos shows de hard rock. Recomendável para qualquer um que tenha um mínimo interesse pela cantora e por shows que deixem uma incrível sensação de leveza e felicidade quando acabem - e, é claro, vontade de assistir tudo de novo.

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