sexta-feira, 31 de agosto de 2012

História do Britpop (Parte 10) - Everybody's on the Run

Último dia do mês e esse é o último post da série que contou a história do Britpop, a ascenção, a queda e o revival de um dos maiores movimentos musicais e culturais da Inglaterra.

Essa última parte poderia ser chamada de "A Volta Dos Que Não Foram". Em 2008 o Verve ressurgiu do limbo lançando seu quarto disco intitulado Forth

Mas depois de uma bem sucedida turnê de um disco bem recebido pela crítica, o grupo - infelizmente, mais uma vez - não se sustentou por muito mais tempo e acabou no ano seguinte.

Em 2003, o Blur havia lançado Think Tank já sem o guitarrista Graham Coxon em sua formação. Mas em 2009, a banda resolveu voltar, e com Coxon na guitarra. 

Lançaram então um disco de Greatest Hits intitulado Midlife, a Beginners Guide to Blur e um disco ao vivo, tirado de um supershow da banda no Hyde Park.

Mas se o Blur voltou em 2009, quem acabou depois de mais de 15 anos de estrada e pegou todo mundo de surpresa foi o Oasis, depois de uma briga feia entre os irmãos Liam e Noel Gallagher.

O irmão menos criativo da família, Liam, juntou os cacos do Oasis e montou a Beady Eye, com Andy Bell (agora na guitarra), Gem Archer e Chris Sharrock. Para o baixo foi recrutado Jeff Wooton. Não muito tempo depois, a banda lançou seu disco de estreia, que apesar dos pesares, mostrou-se consistente e foi bem recebido.

Enquanto isso, Noel ficava na sua. Prometia lançar um disco novo em breve. E as pessoas esperavam uma coisa grandiosa vinda da parte cerebral do Oasis. E Noel não decepcionou. Noel Gallagher's High Flying Birds é seguramente um dos melhores (quiçá o melhor) disco dos últimos 15 anos.

E assim termina, pelo menos por hora, a história do Britpop.

Perdeu as partes anteriores? Não tem problema. Segue os links aí embaixo:

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

História do Britpop (Parte 9) - I Predict a Riot

Em 2003, o Stereophonics lança You Gotta Go There to Come Back, que apoiado no megahit Maybe Tomorrow faz um relativo sucesso.

Mas a consagração dos Phonics só viria dali a dois anos. Depois de ver todo mundo se dar bem no movimento Britpop e o declínio do mesmo, o grupo liderado por Kelly Jones finalmente acerta a mão e faz um álbum sem falhas e experimenta o doce sabor do sucesso absoluto. 

O álbum em questão é Language. Sex. Violence. Other?, que apoiado em faixas fortes como Superman, Doorman e Dakota, traz consigo hits radiofônicos com grandes solos de guitarra, fazendo com que a banda alcance um patamar superior.

Na outra ponta, influenciadas pelas mais diversas bases do estilo, algumas bandas, inclusive americanas, resolvem fazer uma espécie de revival do movimento, tais como Franz Ferdinand, Kaiser Chiefs, Arctic Monkeys, Kasabian, Keane e o americano, mas não menos importante, o The Killers.

Embora o Arctic Monkeys e o Franz Ferdinand se mostrassem soberanos no Reino Unido e estivessem ganhando popularidade no resto do mundo num ritmo tão rápido quanto Brianstorm e Michael, havia "disputas" mais interessantes ocorrendo na cena.

Kasabian e Kaiser Chiefs, de certo modo, davam conta de ser o terceiro ato da Batalha do Britpop. O Kasabian, com seu som que flerta fortemente com o shoegazing, representa o Oasis, já o Kaiser Chiefs, com melodias mais alegres, naturalmente, seria o Blur.

Outra ponta interessante dessa cena, foram as gratas surpresas com os influenciados pelos sons do Radiohead e do Coldplay. Embora formados há muito tempo, Keane e Muse só atingiram o ápice nesse momento da história. O Muse em 2003, com a Hysteria de Absolution; e o Keane um ano depois, com suas esperanças e medos, trazendo como carro-chefe a belíssima Somewhere Only We Know.

Correndo por fora, e nem tão Britpop assim, os caras do The Killers forçam um "falso-britanismo" para se encaixarem na cena. O som lembra bem mais coisas como A-Ha, Duran Duran, Depeche Mode e mais do que qualquer outra, o New Order. Mas ainda assim, Hot Fuss (2004), seu disco de estreia, é bem recebido e colocado como um dos melhores da década.

Perdeu as partes anteriores? Não tem problema. Segue os links aí embaixo:

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

História do Britpop (Parte 8) - Don't (Gas) Panic!

Chegamos ao ano 2000. Oasis e Radiohead saem da toca e lançam respectivamente Standing on the Shoulder of Giants e Kid A

Por sua vez, o Blur fica só na coletânea óbvia The Best of Blur, que trazia apenas a desinteressante Music is My Radar como inédita. 

O Radiohead, como era de se esperar, vai se tornando cada vez mais experimental, com base nas mentes hiperativas de Thom Yorke e Colin Greenwood

Com isso, a banda vai se distanciando e desassociando seu nome ao movimento cada vez mais.

Já o grupo liderado pelos irmãos Gallaghers enfrentou alguns problemas na construção de Standing on the Shoulder of Giants; a começar pela saída do baixista Guigsy e do guitarrista Bonehead. Nos seus lugares, entraram o já anteriormente citado Andy Bell, ex-guitarrista do Ride e do Hurricane #1 para o baixo e Gem Archer, ex-vocalista e guitarrista do Heavy Stereo.

Apesar da certa desconfiança sobre esse novo trabalho do Oasis, sobretudo pelo mau desempenho de Be Here Now em relação à crítica e sobre os novos rumos que o som da banda estava tomando, Standing on the Shoulder of Giants surpreendeu e foi muitíssimo bem recebido. Há até quem diga que era o disco que eles precisavam para mostrar o grau de maturidade que haviam alcançado. Faixas como Go Let it Out e Gas Panic! garantem as boas vendas do álbum.

Enquanto isso, algumas bandas que ficariam como parte do movimento chamado de Post-Britpop começam a ganhar espaço, tais como Travis e Coldplay, que influenciadas por essa nova fase do Radiohead, deixam as guitarras de lado e investem nos pianos e fazem uma espécie de reedição da Batalha do Britpop de anos antes, mas sem as guitarras e as tiradas ofensivas.

E exatamente como na batalha de cinco anos antes, uma banda limitou sua fama apenas à Inglaterra, enquanto a outra, com mais hits radiofônicos, conseguiu expandir sua fama para o resto do mundo. 

O Travis até tinha uma proposta boa, mas o Coldplay desde o primeiro disco já mostrava que eles eram grandes demais pra se limitarem apenas ao seu país. Logo na saída de Parachutes, a banda emplacou hits arrebatadores como Don't Panic! e Yellow.

Já em 2001 quem começa a querer tomar conta do movimento, é o Stereophonics, que lança, até ali, seu disco de maior êxito, o Just Enough Education to Perform; com destaque para Mr. Writer e Have a Nice Day.

A partir daí o que aconteceu foi o declínio definitivo do movimento. Onde as bandas fundamentais do estilo resolveram experimentar mais em seus discos, deixando a essência do Britpop um pouco de lado. Mas calma que não acabou. Ainda tem um revival, que vai ficar pro próximo post.

Perdeu as partes anteriores? Não tem problema. Segue os links aí embaixo:

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

História do Britpop (Parte 7) - Local Boy in the Photograph

Ainda no ano de 1997, maravilhados com o sucesso de todas essas bandas do movimento, sobretudo o The Verve e o Blur, que haviam lançado suas obras-primas nesse ano, saem os primeiros trabalhos de Stereophonics e Hurricane #1, que ainda apostavam no estilo, embora sua sonoridade se aproximasse mais do Oasis.

Sobre a primeira, há de se dizer que Word Gets Around, seu trabalho de estreia, é um disco bastante consistente, mesclando hits radiofônicos e grandes faixas com guitarras distorcidas.

Não muito diferente da segunda, que era liderada por Andy Bell, ex-guitarrista do Ride. Seu trabalho de estreia, o self-titled Hurricane #1, era ligeiramente mais alternativo, ou seja, não tinha tantos hits em potencial, embora chamasse a atenção pela qualidade das faixas.

Em 1998, para tentar reconstruir a imagem que ficou arranhada com Be Here Now, o Oasis lança uma coletânea de b-sides, The Masterplan, que obtém certo sucesso.

Em 1999, o Blur lança o emotivo e barulhento 13, que trazia Tender, Trimm Trabb e a bonitinha Coffee & TV, com o premiadíssimo clipe da caixinha de leite. Enquanto isso Radiohead e Oasis permanecem em estado de hibernação.

Quem também lança novos trabalhos é o Supergrass, que novamente consegue boas aparições, sobretudo com o hit Mary, o Stereophonics, com o bom Performance & Cocktails; além do Hurricane #1, que lançou seu derradeiro disco, intitulado Only the Strongest Will Survive, fazendo uma espécie de redirecionamento de seu som, trazendo uma roupagem mais acústica e carregado de arranjos de violinos e teclados.

E a título de informação, depois do fim do Hurricane #1, Andy Bell decidiu levar a vida com duas cordas a menos. Largou a guitarra e foi tocar baixo no Oasis, que estava no processo de gravação de um novo álbum, aliás, album esse, que eu vou contar como foi o lançamento desse disco no próximo post.

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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

História do Britpop (Parte 6) - Bittersweet Symphony

Em 1997, depois de sempre bater na trave e assistir o sucesso dos outros, o The Verve finalmente acerta a mão fazendo um disco impecável: Urban Hymns.

Trata-se de um disco todo orquestrado, e embora muito emotivo, é um álbum clinicamente pensado e preciso, com sucessos como Bittersweet Symphony, Sonnet, Lucky Man, The Drugs Don’t Work, tendo também outras grandes músicas como The Rolling People e Catching the Butterfly.

Mas apesar do sucesso atingido pelo álbum, a banda enfrentou uma acusação e um processo de plágio justamente por causa de seu maior hit. Os Rolling Stones acusavam Ashcroft de copiar samples de The Last Time.

O Verve perdeu a batalha judicial, começou a se desestabilizar por conta disso e acabou conhecendo o seu fim. O Radiohead por sua vez, começou a alçar vôos mais altos e mais distantes do Britpop, lançando o enigmático Ok Computer.

O Blur era outra banda que há tempos tentava bater as asas fora da terra da Rainha. E nesse ano de 1997, eles finalmente conseguem. O sucesso e o modo como o disco Blur foi lançado, trazia um sucesso totalmente novo pra banda, fazendo parecer como se fosse o primeiro trabalho. O maior hit do álbum, Song 2, tocou incessantemente no mundo todo, em todos os lugares, virou trilha de jogos de vídeo-game e tudo mais.

E de onde se esperava o máximo, veio menos, bem menos. O Oasis lançou o irregular Be Here Now, a comoção em torno do álbum era tanta, que foi o disco mais vendido em menos tempo em toda a história da musica britânica.

Carregado com uma superprodução jamais imaginada em um disco dos irmãos Gallagher até então, o álbum vem recheado de músicas longas de 6, 7 e até 10 minutos de duração. Resultado? Be Here Now não agradou a crítica especializada e foi acusado de ser um dos responsáveis pelo declínio do Britpop que veio a ocorrer nos anos posteriores e que eu vou contar como acontece nas próximas partes.

Perdeu o começo da história? Não tem problema. Segue os links aí embaixo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

História do Britpop (Parte 5) - Caught by the Fuzz

Como você viu na parte 4, 1995 foi definitivamente um dos anos mais gloriosos da história da música britânica.

Já em 1996, a Batalha do Britpop continuou mais forte do que nunca. Oasis e Blur disputavam single à single, disco à disco a primeira posição dos UK Charts. 

The Verve e Radiohead sinalizavam uma vontade de desassociar seu nome ao movimento. E foi aí que uma terceira banda começou a correr por fora e a incomodar.

Essa terceira banda era o Supergrass, que lançou seu primeiro disco, I Should Coco, em 1995; e embora tenha conseguido bons resultados nesse ano, foi só em 1996 que a banda foi realmente colher os primeiros frutos do sucesso. 

O álbum trazia canções consistentes e divertidas como Caught by the Fuzz e She's So Loose, além do hit incontestável Alright, que chegou a desbancar hits da época como Champagne Supernova (What's the Story [Morning Glory?]. Oasis, 1995) e Charmless Man (The Great Escape. Blur, 1995).

Mas embora o Supergrass tenha começado a incomodar e o Blur tenha feito uma concorrência forte, os irmãos Gallagher sairam triunfantes de mais um ano. O carimbo de maior banda britânica e quiçá do mundo para o Oasis veio nos históricos shows de Knebworth. Mais de 2,5 milhões de pessoas procuraram pelos ingressos. Só para se ter uma ideia, um em cada vinte habitantes da Inglaterra tentou comprar as entradas para o show.

Resumindo: Tendo conhecimento desses números da procura pelos tickets, pode se dizer que o Oasis poderia lotar a arena de Knebworth com 125 mil pessoas por nada menos que 21 dias seguidos.

Por outro lado, o movimento expandia os limites musicais. No cinema, o modo de vida dos jovens da época (pelo menos de parte deles), era retratado no excelente Trainspotting. Por linhas tortas ou não, o filme serviu de certo modo como divulgador do movimento no resto do mundo, embora houvesse quem repudiasse o filme até a morte, o acusando de fazer apologia às drogas, especificamente, a heroína.

Perdeu as primeiras partes? Não tem problema, tá tudo aí!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

História do Britpop (Parte 4) - Country House

Se há algo a dizer sobre o ano de 1995, é que ele foi definitivamente um dos anos mais produtivos da história da Inglaterra em termos musicais. Por quê? Simples. Oasis, Blur, Radiohead, The Verve e os então calouros do Supergrass lançam trabalhos.

What’s the Story (Morning Glory?) e The Great Escape, de Oasis e Blur respectivamente, protagonizaram o que ficou famosa como a Batalha do Britpop, e que a gente já contou como começa no post anterior. 

E a coisa toda começa a tomar proporções gigantescas, onde até as declarações eram realmente ofensivas, como quando Noel Gallagher, hoje bem menos afiado, soltou a seguinte pérola:

"Eu espero que o vocal (Damon Albarn) e o baixo (Alex James) do Blur peguem AIDS e morram".

O Blur, por sua vez, resolveu responder com um pouco mais de classe. O baixista Alex James disse o seguinte:

"Acho que vou com uma camiseta do Oasis no Top of the Pops".

E sim, ele foi. Depois disso, Noel Gallagher deve ter posto a mão na consciência e resolveu, digamos assim, "baixar" o tom dizendo o seguinte:

"Eu não quero que eles peguem AIDS e morram. Eu apenas os odeio!"

E pra colocar ainda mais fogo na coisa, as gravadoras resolveram lançar os singles das bandas no mesmo dia. Roll With It e Country House. O Blur representava o Sul da Inglaterra, o Oasis, o Norte. O Blur, a classe artística, o Oasis, a classe trabalhadora.

O Blur venceu a batalha, 274 mil cópias do single, quase 60 mil a mais do que o Oasis, mas no entanto, acabou perdendo a guerra, pois o grupo dos irmãos Gallagher conseguiu justamente o que o Blur mais queria, que era a popularidade nos Estados Unidos e consequentemente, no resto do mundo; apoiados em hits como Wonderwall, Don’t Look Back in Anger, Morning Glory e a épica Champagne Supernova.

Correndo por fora, o Radiohead lança o seu conceitual The Bends, que ajuda consideravelmente a encorpar ainda mais a carreira da banda, antes que eles partissem pro experimentalismo. 

Na mesma levada shoegazing do Ride, o Verve redireciona seu som para outros lados, revê suas influências e acaba por lançar A Nothern Soul, trazendo como um dos carros chefe a ótima This is Music. Mas mesmo assim, não deixa de lado sua estética carregada de sentimentalismo e põe como um dos hits do álbum a belíssima balada History.

Ainda nesse mesmo ano, como já foi dito no início do post, o Supergrass também lança seu primeiro disco, I Should Coco, mas é só no ano seguinte que a banda começa a colher os frutos desse trabalho, e só no próximo post que você vê o que acontece com eles.

Perdeu as três primeiras partes? Segue os links abaixo:

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

História do Britpop (Parte 3) - Live Forever

O ano é 1994. No futebol, o Brasil se torna tetra campeão mundial graças ao pênalti de Roberto Baggio na Copa do Mundo realizada nos Estados Unidos. 

Ainda nos EUA, o grunge, que estava a ocupar o espaço do hard rock como grande movimento americano da época, trazendo boas bandas como Soundgarden, Pearl Jam e Stone Temple Pilots, começa a perder força com o suicídio de Kurt Cobain, líder do Nirvana

Nisso, o Blur, que havia batido na trave duas vezes com Leisure (1991) e Modern Life is Rubbish (1993), finalmente lança seu disco fundamental, pelo menos até então, o divertido e irônico Parklife

E como o ano não teve lançamentos de Radiohead e Verve, havia espaço para que um novo grupo surgisse na cena.

Eis que de Manchester, terra de Joy Division, New Order, Smiths, Stone Roses e tantas outras bandas, aparecem dois irmãos, com visual inspirado nos Beatles e uma marra peculiar. 

Era o Oasis, que havia sido formado em 1991, mas só três anos depois veio a lançar seu disco de estreia, o espetacular Definitely Maybe. E foi com o lançamento desses dois discos (Definitely Maybe pelo Oasis e Parklife pelo Blur) que a crítica especializada deu o pontapé inicial no que viria a ser conhecido nos anos seguintes como "Britpop's Battle", em tradução literal, "A Batalha do Britpop".

Foi um verdadeiro tiroteio de hits para todos os lados. De Live Forever a Parklife, de Supersonic a Girls & Boys, de Cigarettes & Alcohol à End of Century. Nem é preciso dizer que os grupos liderados por Damon Albarn e pelos irmãos Gallagher dominaram tudo na terra da Rainha nesse ano, né?!

No meio disso tudo, vinha o Suede, meio que assistindo tudo à distância, lançando seu segundo trabalho, Dog Man Star

E como se o Radiohead já não fosse o bastante, Oxford presenteava a cena com outra grata surpresa, lança Carnival of Light, que na realidade já era o seu terceiro disco, além de trazer uma pegada mais shoegazing, ou seja, com um menor apelo pop.

Perdeu as partes 1 e 2? Segue os links aí embaixo.

História do Britpop (Parte 1) - I Wanna Be Adored

Quer ver como a história continua e a Batalha do Britpop toma proporções inimagináveis? Acompanhe o blog.

domingo, 12 de agosto de 2012

História do Britpop (Parte 2) - Anyone Can Play Guitar

Mudança de planos. A parte dois da história do Britpop era pra sair amanhã. Mas, por algum motivo, resolvi postar hoje.

Na primeira parte, foi quase um especial sobre o Stone Roses, banda fundamental do estilo, embora tenha feito parte de outro movimento.

Mas chegando em 1993 é que as coisas começam a tomar forma para o movimento.  O Blur consegue se sair melhor do que dois anos antes, lançando Modern Life is Rubbish, que há quem diga que foi o primeiro disco com a essência do Britpop. 

Mas há controvérsias quanto a isso, pois há quem diga que o marco inicial do estilo foi o debut-album do Suede, que leva o mesmo nome da banda.

Em um caminho diferente, o Radiohead e o The Verve lançavam seus primeiros discos, com uma estrutura mais poética, uma visão pessimista do mundo e até mesmo certa depressão. O primeiro se saiu muito bem, com o emotivo Pablo Honey (1993), que se analisado friamente pode até ser considerado cru se comparado com os trabalhos posteriores do grupo de Thom Yorke

Mas apesar disso, o disco levou a banda ao grande estrelato com o hit Creep e fez com que eles adquirissem a bagagem necessária para lançar seu segundo disco dois anos depois.

Já o The Verve ainda não experimentaria o sucesso. A Storm In Heaven (1993) não é nem de longe considerado um sucesso de vendas, mas em todo caso serviu para dar visibilidade aos rapazes de Wigan, liderados por Richard Ashcroft.

sábado, 11 de agosto de 2012

História do Britpop (Parte 1) - I Wanna Be Adored

O cenário era o seguinte: O hard rock americano dividia as paradas do mundo todo juntamente com o pop inglês, que juntava batidas eletrônicas com as guitarras do rock convencional. 

Se nos Estados Unidos quem dominava tudo eram os grupos de Axl Rose e Jon Bon Jovi, na Inglaterra quem mandava era os já veteranos do New Order e o Duran Duran.

Mas no final da década, pelo menos na terra da Rainha, as coisas começaram a tomar um rumo diferente. 

Em 1989, em partes influenciados pela cena eletrônica atual, e por outro lado, buscando a referência na invasão britânica dos anos 60, os Stone Roses, liderados pelo icônico Ian Brown lançam seu primeiro disco e sua obra-prima. 

O self-titled The Stone Roses deu grande popularidade à banda, com hits como I Wanna Be Adored, She Bangs the Drums e Fools Gold.

Mas Javier, o movimento já se chamava Britpop? Não, coleguinha. Nessa época o Britpop ainda não existia. O estilo em questão era o Madchester, que era uma espécie de trocadilho com o nome da cidade de Manchester. Outra banda que ganhou notoriedade com a cena foi o Happy Mondays, de Shaun Ryder e de Bez, o dançarino louco que tocava maracas.

Mas o som desse movimento do norte da Inglaterra foi quem deu o início para o Britpop. Entre 1989 e 1990 bandas fundamentais desse estilo foram formadas, como o Radiohead, Suede, Blur e The Verve.

O primeiro a lançar um disco e conseguir certo reconhecimento foi o Blur, com Leisure, de 1991. A grande influência para todas essas bandas, sem sombra de duvidas, é os Beatles. De um modo ou de outro todos eles conseguiam trazer um pouco dos Fab Four para seu som.

Quer continuar ouvindo essa historia? Acompanhe o blog. Amanhã tem mais.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

The Pretty Reckless em São Paulo

Sábado, 04 de agosto de 2012, e o quarteirão ocupado pela casa HSBC Brasil está tomado por adolescentes desde o início da tarde. Não é nada incomum, já que o local é conhecido por abrigar shows de bandas pop aclamadas por essa faixa etária, mas nessa noite o figurino das garotas chama a atenção: shorts curtíssimos, meias 7/8, peças de lingerie à mostra e camisetas, a maioria delas com uma garota loira estampada.

A loira em questão é Taylor Momsen, frontwoman e rosto do The Pretty Reckless, que se apresentará naquela noite. Cerca de dois anos mais velha do que a maioria de suas fãs, Taylor alcançou fama como atriz. Seus papéis de maior destaque foram Cindy em O Grinch e Jenny Humphrey em Gossip Girl, mas sua paixão pela música falou mais alto e ela trocou os sets de filmagem pelos palcos. O primeiro disco do TPR, com letras escritas pela própria vocalista, foi lançado em 2010 e batizado de Light Me Up. Além de Taylor nos vocais, o The Pretty Reckless conta com Ben Phillips na guitarra, Mark Damon no baixo e Jamie Perkins na bateria.

Quando a casa é finalmente aberta (perto das oito da noite), os fãs se amontoam na casa lotada. Na pista o calor é tanto que não é raro ver garotas usando apenas sutiã e com altíssimas expectativas para o show. Pouco depois das 22hs, Taylor adentra o palco com um de seus figurinos clássicos: microshort preto de vinil, minissaia, uma camiseta grande e cortada, meias arrastão 7/8 com cinta-liga e seus costumeiros saltos altos, detonando com uma faixa do novo EP: Hit Me Like a Man, lema estampado em várias camisetas do público e fazendo todo mundo cantar junto. A música seguinte, Since You're Gone, é um hino de superação a um ex-namorado canalha - "If I say I love you I am a liar, since you been gone my life is moving on quite nicely, actually" - e uma das preferidas pelas garotas presentes, por motivos óbvios.

A presença de palco de Taylor é marcante, principalmente se comparada a shows antigos, onde ela praticamente não se mexia no palco. Agora ela dança, rebola, provoca e levanta a saia, mostrando seu microshort e levando a plateia ao delírio. Apesar das comparações a Avril Lavigne (às vezes, Momsen é tida como a nova musa da rebeldia adolescente, título dado à canadense há alguns anos), a influência mais notável é da ex-Runaway Cherie Currie, que chocou os pais conservadores dos anos 70 ao usar lingerie no palco aos 16 anos.

O fato de seus fãs serem adolescentes faz com que sua credibilidade seja baixa e surjam preconceitos, mas a verdade é que o som do The Pretty Reckless é muito mais influenciado por Courtney Love, Runaways e até mesmo bandas grunge como Soundgarden do que por suas contemporâneas Hayley Williams e Avril Lavigne. Inclusive, Momsen mostra suas raízes ao fazer duas versões do bom e velho rock n' roll (mas que também são conhecidas por seu público): Like a Stone, do Audioslave, e Seven Nation Army, dos White Stripes.

Todos os singles estão presentes: Make Me Wanna Die, My Medicine (no qual Taylor pega uma guitarra e toca uns poucos acordes), Miss Nothing e Just Tonight. Mas o momento mais esperado é Goin' Down, a sexta música, onde ela geralmente escolhe uma garota da plateia para dançar de sutiã com ela no palco e mostra seus próprios seios, cobertos por um "X" de fita isolante preta - mas, contrariando todas as expectativas, isso não acontece. Primeira decepção dos fãs, já que isso simboliza um grito de rebeldia e energia adolescente.

O melhor momento é, com certeza, Cold Blooded. Melodiosa, envolvente e lembrando hinos de rock feminino do passado, é a melhor performance de Taylor. Aliás, é algo que não se pode deixar de comentar: todas as músicas são tocadas de forma impecável, demonstrando talento e competência por parte dos músicos.

Ah, sim! Ela é linda. Loira, alta e magra, mas dona de um carisma e de uma doçura que são perceptíveis à distância. E Momsen sabe disso, já que procura explorar sua sensualidade ao máximo enquanto está no palco, mas privando os fãs paulistanos de sua habitual ousadia. Improvisa movimentos dignos de boates de striptease em vários momentos, mas nada além disso.

Pouco mais de uma hora após o início do show, ela apresenta Factory Girl e diz ser a última música. Claro que os fãs não acreditam: as luzes se apagam, o palco é coberto por fumaça e a banda retorna com uma bela versão meio acústica/meio elétrica de Nothing Left to Lose cantada com as vísceras pelo público. Sem dúvida um momento lindíssimo. Após os agradecimentos (curtíssimos), ela se despede de São Paulo, deixando muitos fãs frustrados por serem privados de parte do verdadeiro espetáculo que Taylor Momsen pode dar e da falta de músicas famosas como Light Me Up e You no setlist.

Muitíssimo bem executado, mas um pouco mecânico, especialmente nas interações de Taylor com o público. Para quem esperou nove meses com ingresso na mão, isso é no mínimo decepcionante.

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