quinta-feira, 5 de abril de 2012

Nirvana - Nevermind

Por: Catharina Schoene

18 anos sem Kurt Cobain. Nada de lamentações, já que foi ele quem escolheu acabar com a própria vida, e talvez esse tenha sido o melhor jeito de seu nome virar uma lenda.

De um moleque deprimido de Seattle à personificação do rockstar que não queria ser rockstar, Nevermind é decididamente sua obra-prima, ou a que reflete melhor o impacto causado pela banda na mídia, já que In Utero (1993) foi um disco difícil e Bleach (1989) era barulhento e sujo demais para o mundo mainstream.

Embora Kurt seja a estrela principal, é necessário lembrar que o Nirvana era uma banda, e que o disco foi feito por três pessoas: Kurt, o baixista Krist Novoselic e o baterista Dave Grohl, que muitas vezes ficam à sombra da grande estrela que era Cobain

A prova disso, é que muitos que veem os Foo Fighters na televisão hoje em dia não sabem que o vocalista era o baterista do Nirvana.

O disco abre com a faixa definitiva do grunge, Smells Like Teen Spirit, responsável por derrubar das paradas as bandas cabeludas de Hollywood. Todo o disco segue a fórmula do Nirvana, músicas simples, distorcidas e com letras inspiradas pela heroína e pela depressão. A diferença desse para Bleach é que Nevermind é bem mais limpo em termos de produção, o que pode ter facilitado o sucesso.

Porém, a maioria das pessoas conhece apenas o lado MTV de Nevermind: os singles Come As You Are, Lithium (o ode à bipolaridade), In Bloom (mais um dos conhecidos desprezos de Kurt Cobain à vida), a já citada Teen Spirit e a balada sobre estupro, Polly, que ganhou uma versão punk na coletânea Incesticide, de 1992, lançada para manter o Nirvana na cabeça dos fãs de rock enquanto eles não lançavam um disco novo.

Mas, as músicas mais interessantes (já que, de tanto ouvir o disco, os singles acabam ficando cansativos) são as de 7 a 12: Territorial Pissings, Drain You (minha preferida de todas do Nirvana, com momentos de insanidade musical e uma letra sobre submissão no amor), Lounge Act, Stay Away (um punk rock que tem uma versão alternativa chamada Pay to Play, presente no bootleg Outcesticide) e On a Plain, que é mais legal no original do que em sua versão acústica de 1994, tão conhecida pelo mundo.

Para encerrar, um drama choroso com direito a violoncelos e quase inaudível em volumes baixos, Something in the Way - uma história extremamente romantizada sobre a época em que Kurt Cobain vivia nas ruas.

Gostando ou não, é impossível discordar: Nevermind, Kurt e o Nirvana marcaram época em várias gerações. Qualquer que seja a teoria sobre sua morte, suicídio ou assassinato, aqui fica mais uma homenagem: descanse em paz, Kurt Donald Cobain.

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