domingo, 29 de abril de 2012

The Killers - Hot Fuss

Lançado em 2004, o disco de estreia do The Killers apareceu como uma grata novidade na cena indie que estava em voga na época. 

Quase ao mesmo tempo, Franz Ferdinand e Keane lançavam seus primeiros discos também, mas era cada um na sua praia.

O The Killers, embora seja americano, de Las Vegas, procurou implantar em seu som o máximo de influências britânicas possíveis, podendo ser citado como principal referência o New Order.

As quatro primeiras faixas são pra mostrar que a banda não estava para brincadeira, que veio definitivamente pra mostrar serviço.

Uma coisa bem interessante em Hot Fuss, é que nele começa o que a própria banda classificou como trilogia da morte, que tem uma de suas partes em Sawdust (2007), com Leave the Bourbon on the Shelf.

As partes presentes nesse disco são Jenny Was a Friend of Mine e Midnight Show, que são tão boas que fazem a pessoa que está ouvindo o disco ficar se questionando se ele presta mais atenção na música em si ou na letra e em toda a mensagem que ela quer passar.

Musicalmente falando, são duas das melhores músicas do The Killers, com um grande destaque para as linhas de baixo de Mark Stoermer e a bateria bem marcada e empolgante de Ronnie Vanucci.

Liricamente falando, a primeira fala basicamente sobre se eximir de uma culpa. Em dados momentos até dá a entender que o personagem principal chega a confessar um crime que não cometeu só para tentar resolver a situação.

Já na segunda, a letra parece mais sombria, requer um grau de interpretação mais apurado, embora uma coisa fique clara. Ciúme. Do tipo obsessivo.

Voltando a parte musical, que é a que mais interessa para nós, não é porque o baixo e a bateria proporcionam os melhores momentos de Hot Fuss que a guitarra também não merece seu devido destaque.

Aliás, a forma como a guitarra de Dave Keuning se encaixa perfeitamente com os sintetizadores de Brandon Flowers é incrível. O melhor exemplo disso é a oitentista Smile Like You Mean It.

É claro também que não poderiamos deixar de falar dos hits Somebody Told Me e Mr. Brightside, que mesmo dada a qualidade do álbum como modo geral, foram elas as principais responsáveis por manter as vendas do disco altas e elevar o The Killers ao status de grande banda dessa nova leva que estava vindo.

Por outro lado, há outras faixas que tinham um grande potencial para se tornarem grandes hits da banda, tais como Believe Me Natalie e Change Your Mind, além da experimental On Top, que faz referência ao Duran Duran.

Convém lembrar que Hot Fuss não é um disco perfeito e tem seus momentos descartáveis. Mas na verdade, isso nem chega a ser algo condenável, uma vez que este era o primeiro disco da banda. 

Em todo caso, vamos a elas. A primeira é Andy You're a Star, que começa estranha, meio sem pé e sem cabeça, embora fique melhor quando chegue a sua metade. E por sua vez, Everything Will Be Alright, que fecha o disco, não tem nada que se salve.

Dadas todas essas impressões, resta dizer que essa foi a única vez que o The Killers acertou a mão ao fazer um disco. Depois disso vieram o irregular Sam's Town (2006) e o horrível Day & Age (2008).

Então, sendo assim, se você nunca chegou muito perto de algo relacionado aos matadores, comece do jeito certo, comece com Hot Fuss.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Saxofonista do The Killers é encontrado morto em casa

O saxofonista do The Killers, Tommy Marth, foi encontrado morto em sua casa em Las Vegas na segunda-feira (23). De acordo com o "Las Vegas Weekly", o músico de 33 anos cometeu suicídio.
"Na noite passada perdemos nosso amigo Thomas Marth. Nossas orações a sua família. Há uma luz faltando em Las Vegas", lamentou a banda em comunicado oficial.
Marth tocou saxofone durante a turnê mundial do The Killers realizada entre 2008 e 2009, e pode ser ouvido nos discos Sam's Town (2006) e Day & Age (2008).

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Acho que o Killers tá querendo bancar o cover de Men at Work. Acho.

Em todo caso, no meu mundo perfeito, a trilha sonora dessa notícia teria Bones e Goodnight, Travel Well.

sábado, 21 de abril de 2012

Tommy Stinson - Village Gorilla Head

Em Dezembro passado falamos aqui do disco mais recente de Tommy, One Man Mutiny. Agora nós vamos um pouco mais atrás no tempo. Mais precisamente para o ano de 2004, no lançamento de seu début-album, Village Gorilla Head.

Na realidade, o disco começou a ser concebido muito antes do seu lançamento. Muito antes mesmo.

Ele tinha algumas gravações antigas dos anos 90, umas sobras de outros projetos que ele havia tocado antes de se juntar ao Guns N' Roses, como o Perfect e o Bash & Pop.

Mas em todo caso, no processo final, o disco levou pouco mais de um mês para ser gravado e mixado. Aliás, diga-se de passagem que Tommy tocou quase todos os instrumentos do disco. E nos que não tocou, contou com a ajuda de companheiros e ex-companheiros de Guns N' Roses, como Richard Fortus, Dizzy Reed e o espetacular baterista Josh Freese.

Inclusive, quem também tocou saxofone em algumas faixas foi o irmão de Josh, Jason Freese, que frequentemente excursiona e grava com o Green Day.

Pois bem, dadas as informações históricas e técnicas acerca desse disco, vamos ao que interessa: dar o play e ouvir o disco.

Não é segredo que Stinson teve suas raízes musicais no punk, sabendo que ele tocou no cultuadíssimo Replacements desde os 12 anos de idade até o fim derradeiro da banda em 1991, porém, Tommy sempre foi interessado em coisas mais calmas e acústicas também.

Prova disso são as primeiras faixas de Village Gorilla Head, Without a View e a bonitinha Not a Moment Too Soon. Já Something's Wrong tem uma levada mais de rock alternativo, soando até bastante parecida com algumas coisas mais ao fim  da obra do Replacements.

Mas como foi anteriormente dito, Stinson tem suas raízes no punk. Sendo assim, claro que em seu disco solo, ele não iria deixar isso para trás. Couldn't Wait e Motivation são os momentos mais rápidos do álbum. São onde Tommy fez suas colagens de Clash e Sex Pistols e incorporou ao seu som.

Em todo caso, os momentos de pressa no disco são poucos. Desde o começo já fica clara a intenção de Tommy de apostar em violões e guitarras mais limpas. Bons exemplos disso são Hey You e Someday.

Uma curiosidade interessante a ser destacada também, é que Light of Day entrou na trilha sonora da série Californication, o que por consequência a tornou a faixa de maior êxito no disco, bem como ajudou a dar uma levantada nas vendas do álbum, mesmo que ele já tivesse recebido boas críticas da mídia especializada, como Rolling Stone, Allmusic e Blender.

Mas enfim, o mais interessante de ouvir Village Gorilla Head, é perceber que Stinson não se preocupou em fazer um disco preso a um determinado estilo. Village Gorilla Head é antes de qualquer coisa, um disco absolutamente autoral.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Saxofonista do Men at Work é encontrado morto em casa na Austrália

Greg Ham, ex-saxofonista da banda australiana Men at Work foi encontrado morto em sua casa em Melbourne por alguns amigos.

Segundo o sargento da polícia australiana Shane O'Connell, a causa da morte está sendo investigada e que, por enquanto, há alguns "aspectos inexplicáveis".

"Neste momento não estamos preparados para entrar em detalhes precisos sobre o que aconteceu", acrescentou O'Neill, segundo a rede de televisão ABC.

Ham tinha 58 anos e  se juntou à banda em 1979 em substituição a Greg Sneddon. Além de saxofone, ele tocava flauta e teclado.

Men at Work alcançou reconhecimento nacional em 1981, com a canção Who Can It Be Now?, e ganhou fama internacional no ano seguinte, com o álbum Business as Usual, que liderou as paradas de Austrália, Estados Unidos e Reino Unido.

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No meu mundo perfeito, a trilha sonora dessa notícia teria Down Under e Overkill. Não necessariamente nessa ordem.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Nirvana - Nevermind

Por: Catharina Schoene

18 anos sem Kurt Cobain. Nada de lamentações, já que foi ele quem escolheu acabar com a própria vida, e talvez esse tenha sido o melhor jeito de seu nome virar uma lenda.

De um moleque deprimido de Seattle à personificação do rockstar que não queria ser rockstar, Nevermind é decididamente sua obra-prima, ou a que reflete melhor o impacto causado pela banda na mídia, já que In Utero (1993) foi um disco difícil e Bleach (1989) era barulhento e sujo demais para o mundo mainstream.

Embora Kurt seja a estrela principal, é necessário lembrar que o Nirvana era uma banda, e que o disco foi feito por três pessoas: Kurt, o baixista Krist Novoselic e o baterista Dave Grohl, que muitas vezes ficam à sombra da grande estrela que era Cobain

A prova disso, é que muitos que veem os Foo Fighters na televisão hoje em dia não sabem que o vocalista era o baterista do Nirvana.

O disco abre com a faixa definitiva do grunge, Smells Like Teen Spirit, responsável por derrubar das paradas as bandas cabeludas de Hollywood. Todo o disco segue a fórmula do Nirvana, músicas simples, distorcidas e com letras inspiradas pela heroína e pela depressão. A diferença desse para Bleach é que Nevermind é bem mais limpo em termos de produção, o que pode ter facilitado o sucesso.

Porém, a maioria das pessoas conhece apenas o lado MTV de Nevermind: os singles Come As You Are, Lithium (o ode à bipolaridade), In Bloom (mais um dos conhecidos desprezos de Kurt Cobain à vida), a já citada Teen Spirit e a balada sobre estupro, Polly, que ganhou uma versão punk na coletânea Incesticide, de 1992, lançada para manter o Nirvana na cabeça dos fãs de rock enquanto eles não lançavam um disco novo.

Mas, as músicas mais interessantes (já que, de tanto ouvir o disco, os singles acabam ficando cansativos) são as de 7 a 12: Territorial Pissings, Drain You (minha preferida de todas do Nirvana, com momentos de insanidade musical e uma letra sobre submissão no amor), Lounge Act, Stay Away (um punk rock que tem uma versão alternativa chamada Pay to Play, presente no bootleg Outcesticide) e On a Plain, que é mais legal no original do que em sua versão acústica de 1994, tão conhecida pelo mundo.

Para encerrar, um drama choroso com direito a violoncelos e quase inaudível em volumes baixos, Something in the Way - uma história extremamente romantizada sobre a época em que Kurt Cobain vivia nas ruas.

Gostando ou não, é impossível discordar: Nevermind, Kurt e o Nirvana marcaram época em várias gerações. Qualquer que seja a teoria sobre sua morte, suicídio ou assassinato, aqui fica mais uma homenagem: descanse em paz, Kurt Donald Cobain.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Green Day fará a introdução do Guns N' Roses ao Hall of Fame

Todas as bandas a serem homenageadas no evento já haviam escolhido alguém para fazer o discurso de introdução ao Rock N' Roll Hall of Fame, menos o eternamente atrasado Guns N' Roses, que aliás, não deu maiores sinais de que vá haver uma reunião da formação original fazendo uma apresentação como era esperado.

Mas uma das pendências, ao menos, foi resolvida. Finalmente foi definido quem fará a introdução do grupo à cerimônia. Será o grupo de pop-punk Green Day.

Em Fevereiro, o tecladista Dizzy Reed, que está na banda desde 1990, chegou a cravar uma aparição da formação original na cerimônia, inclusive tocando algumas canções. Mas, ao que tudo indica, não será o caso.

O próprio vocalista Axl Rose, que sempre foi colocado como o principal culpado pelo fim da formação clássica, se dispôs a oferecer uma trégua ao guitarrista Slash por uma reunião, mas o guitarrista não pareceu muito animado com a ideia.

O Guns N' Roses será introduzido ao Rock N' Roll Hall of Fame pelos 25 anos de seu primeiro e mais bem sucedido disco, Appetite for Destruction, de 1987. O último disco lançado pela banda, que hoje só conta com seu líder e seu tecladista das formações de outros tempos, foi o eternamente adiado Chinese Democracy, em 2008.

Apesar de toda essa comoção em torno de uma (im)provável reunião da formação original, ao que tudo indica o Guns N' Roses deve lançar novos trabalhos com a atual formação, como foi confirmado pelo guitarrista Ashba e pelo baixista Tommy Stinson.

Veja abaixo a lista completa de quem chamará quem no Rock N' Roll Hall of Fame:

Chris Rock - Red Hot Chili Peppers
Chuck D - Beastie Boys
John Mellencamp - Donovan
ZZ Top - Freddie King
Green Day - Guns N' Roses

terça-feira, 3 de abril de 2012

Rocket Juice and the Moon - Rocket Juice and the Moon

Rocket Juice and the Moon é mais um dos mil projetos de Damon Albarn, frontman do Blur e criador do Gorillaz

Inicialmente, era pra ser um álbum solo, lançado sob esse título, mas logo ele mudou de ideia e decidiu dividir o processo de criação e, por consequência, os créditos do trabalho com mais dois músicos, o lendário baterista Tony Allen, que inclusive chegou a tocar com ele no The Good, the Bad and the Queen e o virtuoso baixista do Red Hot Chili Peppers, Flea.

Por consequência, o nome do projeto acabou se tornando o nome do grupo, bem como deu título ao álbum, como era de se esperar.

Um fato bem interessante a ser destacado, é que a grande maioria das músicas são simplesmente instrumentais. Muitas delas inclusive, chegando a ficar um tempo notável sendo levadas apenas por baixo e bateria. Aliás, instrumentos esses que são o maior destaque do álbum.

Uma das faixas de maior destaque nesse álbum é Poison, que curiosamente é uma das mais normais, em dados momentos soando como coisas já feitas pelo Gorillaz e até mesmo pelo próprio Blur.

Que Damon Albarn teve uma queda por batidas africanas, isso não é segredo pra ninguém desde o lançamento de Think Tank, do Blur em 2003, mas nesse disco, a influência que ele recebe é gritante. Por outro lado, há de se admitir também que há muito de Tony Allen nisso.

O interessante, é que às vezes, mesmo sem perceber, o trio foi muito além da África, como em Chop Up, que se bem analisada, percebemos até umas batidas bem brasileiras, algo que se aproxima bastante do samba.

Embora o disco consiga se fazer notar pela criatividade e pela capacidade de unir elementos tão distintos de gêneros musicais tão diferentes, as faixas em si, categoricamente falando, não chegam a se diferir tanto uma das outras. O que também não quer dizer que sejam todas absolutamente iguais também. É confuso, e pelo fato de ser um disco experimental, torna o fato de tentar explicar isso uma tarefa bastante difícil. Ou seja, só ouvindo para se ter uma noção exata do que se trata.

Mas em todo caso, uma das impressões que se tem, é a de que Albarn, Allen e Flea tentaram até fazer um disco conceito. Se conseguiram, isso só o tempo vai dizer. 

E pra fim de conversa, desde já uma coisa é certa: É um disco absolutamente experimental, ou seja, ou você já tem que ter uma pré-tendência pelo que é diferente, ou então uma cabeça musical bem aberta. Ou as duas coisas.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Reestreia do Pânico - A volta dos que não foram

Muito se falou, muito se especulou e principalmente, muito se esperou pela (re)estreia do Pânico, agora na Band

Como ontem era primeiro de Abril, já era de se esperar que alguém dissesse que o programa não iria ao ar. Piadinha óbvia, mas tudo bem, passa.

Em outro ponto, volta e meia eles davam um jeito de fazer alguma referência à sua antiga casa e a sua situação financeira, inclusive, não fazendo muita cerimônia para falar de salários. Um tapa na cara. Com luva de pelica. 

Aliás, sobraram alfinetadas até pra gente veterana da própria emissora, como no caso, o CQC, com uma imitação retardada (e por esse motivo, fiel) do sem graça Marco Luque.

Um dos destaques positivos do programa de ontem foram algumas imitações novas, como a de Bóris Casoy feita por Carioca, e a de Otávio Mesquita feita pelo novo contratado do programa, o ex-Comédia MTV Guilherme Santana. Aliás, imitações excelentes, diga-se de passagem.

Algo que ficou claro também logo na saída, foi que o Pânico, mesmo introduzindo novos quadros, não pretende desentoar do que costumava ser na RedeTV. E nem precisa, pois a fórmula era boa e vinha funcionando há quase 10 anos, então, por que mudar agora?

É bem verdade também que de uns tempos pra cá, o programa veio perdendo um pouco a mão e se apoiando muito mais no físico cavalar de suas antigas panicats do que propriamente no humor, embora o talento de humoristas como o já citado Carioca e do excelente Eduardo Sterblitch ainda fizessem o programa valer a pena.

Mas nem só de boas imitações e coberturas de festas foi feita a estreia do Pânico na Band. Era de se esperar que de algum modo o programa iria ter peito e bunda. As novas panicats não tiraram as máscaras e o casaco, exceto a já conhecida (e espetacular) Babi Rossi, mas logo de cara o programa já tinha na agulha uma matéria com a cobertura do Spring Break, que embora muitos considerem apelativa (e de fato até é), mas é sem dúvida onde o programa alcança alguns de seus maiores picos de audiência.

Spring Break à parte, há de se afirmar que a estreia do Pânico na Band conseguiu fazer com que o programa fosse engraçado como não era há algum tempo. Vai ver a equipe estava tão empolgada com o novo-velho projeto que teve sopros de inspiração e colocou um programa incrível no ar. 

E por fim, só resta esperar que a atração consiga manter a pegada da estreia e o timing perfeito nos próximos programas, pois, desculpa te informar, Zeca; mas pro Pânico voltar a ser líder de audiência na faixa de horário, é só uma questão de tempo.

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