sexta-feira, 30 de março de 2012

Taking Back Sunday - Tell All Your Friends

Muita gente não sabe, mas o Taking Back Sunday é uma banda com muito mais tempo de estrada do que se imagina. 

Prova disso é que no último dia 26 o debut-album da banda, Tell All Your Friends, comemorou dez anos, e é desse álbum que nós vamos saber um pouco mais agora.

O disco foi gravado em dezembro de 2001 e lançado em março de 2002. 

Os trabalhos dele são abertos com uma das músicas mais queridas pelos fãs da banda até os dias de hoje, You Know How I Do; que logo de cara já sintetiza toda a angústia adolescente da época, traduzida em notas agudas e uma pegada absolutamente rápida.

O próximo ponto de destaque é Cute Without the 'E' (Cut from the Team), cuja qual podemos afirmar ser o maior hit da banda antes de MakeDamnSure (Louder Now, 2006). Como era de se esperar, mais uma vez a banda vem numa pegada frenética do início ao fim da faixa. Aliás, o nome do disco é retirado do refrão dela.

Algo a ser ressaltado no som do Taking Back Sunday e que outras bandas, que até chegaram a ficar mais consagradas do que eles ao longo dos últimos anos, é a divisão de vocais nos versos e até mesmo nos refrões. Inclusive com Adam Lazzara e John Nolan cantando ao mesmo tempo versos diferentes.

A faixa seguinte é There is no 'I' in Team. Julgando pelo título, dá pra dizer que Lazzara ou Nolan (ou os dois) estavam com algum problema de exclusão, pela repetição dessa ideia de "fui cortado do grupo" em suas composições.

Pelo começo, Great Romances of the 20th Century chega a dar a impressão de que o disco vai diminuir o ritmo. Ledo engano. Não só o ritmo, bem como a temática do disco mantêm-se firme e forte. Por outro lado, podemos dizer que o mesmo não se aplica à Ghost Man on Third, onde o ritmo é ligeiramente quebrado. Porém, a presença dos vocais gritados ainda é marcante.

Além do bom trabalho feito por John Nolan como segundo vocalista, destaca-se também o seu trabalho na guitarra, que embora não apresente nada virtuoso ou esplendoroso em termos de técnica (como veio a ser com seu substituto Fred Mascherino dois anos depois), mas Nolan limita-se a fazer apenas o que domina. E por consequência, não peca em nenhum momento.

Aliás, o mesmo pode se afirmar de Eddie Reyes, que tem a missão de fazer a guitarra base. Limita-se a fazer o feijão-com-arroz e se sai muito bem. 

Em tons de fim de disco, You're So Last Summer, que inclusive chegou a ser single, é sem sombra de dúvida a música mais cru e orgânica de todo o álbum. Aliás, algo a ser notado é que de todas as faixas de Tell All Your Friends, o baixo mais presente de Shaun Cooper é nessa faixa.

Falando em baixo, não podiamos deixar de citar o trabalho de Mark O'Connell na bateria. Sem sombra de dúvida, se tem alguém que é diretamente responsável pelo ritmo insano que a banda quis imprimir em seu primeiro disco, foi O'Connell.

O gênero do Taking Back Sunday em Tell All Your Friends e até mesmo em seus discos seguintes foi bastante difundido na década que passou, e inclusive chegou a consagrar outras bandas, que acabaram deixando a banda, que foi um das precursoras do movimento, meio à sombra dessa cena toda.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Oingo Boingo - Boingo

Adivinha quem está de volta... Sentiram a minha falta? Ok, ok. Eu sei que não. 

Sei também que foi muito tempo sem posts novos, mas pretendo mudar isso nos próximos dias. Pois bem, dito isto, vamos ao que interessa.

O Oingo Boingo foi formado em 1972, por Richard Elfman e em 1978 sofreu algumas reformulações por Danny Elfman, irmão de Richard.

Dentre as mudanças, nota-se inclusive a de estilo, passando pro new wave, que estava em desenvolvimento na época.

O álbum que cuja resenha você vai ler em seguida foi o último de estúdio lançado pela banda, em 1994, sendo que a banda se separou definitivamente em 31 de Outubro de 95.

Embora o disco tenha somente onze faixas, é um álbum bem longo, com mais de 73 minutos. Podemos inicialmente considerar o fato de as duas primeiras faixas terem quase 8 minutos de duração, e a terceira, Mary, ter quase 7.

A faixa que abre o disco é Insanity. Que começa de um modo, no mínimo, assustador. Conforme ela começa a tomar forma, nota-se a pegada de new wave, a mesma que tornou a banda famosa, sobretudo nos anos 80.

O que torna a faixa seguinte interessante, que vem com o singelo título de Hey!, são dois elementos imprescindíveis numa banda de rock: Baixo bem marcado e boas guitarras. No refrão tem um slap no baixo e algumas fritadas na guitarra, fazendo lembrar bandas que estavam em ligeira ascenção na época como o Red Hot Chilli Peppers e o Jane's Addiction.

Mary, que vêm na sequência, começa com instrumentos de corda, como cello e violino, fazendo lembrar I Am the Walrus, dos Beatles. A letra, fala sobre uma garota, que óbviamente, se chama Mary; e que não está feliz com a vida que leva e enfim. É basicamente isso.

Can't See vem com um violão solando na introdução faz lembrar o The Who, principalmente de coisas como A Quick One (1966) e Tommy (1969).

Uma das qualidades, não só desse disco, mas do Oingo Boingo de um modo geral, é saber misturar estilos, timbres e elementos diferentes. No caso de Pedestrian Wolves, as guitarras soladas e o baixo com slide no começo lembram os movimentos do rock britânico no fim dos anos 80, como o madchester, misturado em alguns momentos com pegadas de funk rock.

Outro grande destaque desse álbum é Spider, que tem uma levada bem sombria, com um baixo pesado, em alguns momentos, fazendo lembrar o Joy Division.

Mas o momento mais gratificante do disco, é a faixa 9. Uma versão post-punk de I Am the Walrus, dos Beatles, que inclusive chegou a entrar numa das nossas listas como um dos grandes covers já feitos. Eles não quiseram inventar, cantar em um ritmo diferente, mas não fizeram um cover, mas sim uma versão, uma releitura nova pra esse clássico.

Fechando o disco: Change, que tem quase (pasme!) dezesseis minutos de duração. E ao contrário de outras músicas, que terminam aos 4, 5 ou 6 minutos e o resto da faixa e do disco é em silêncio, essa não, são 16 minutos ininterruptos de música, e, diga-se de passagem, de uma boa música.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Damon Albarn

Sem sombra de dúvida, Damon Albarn é um dos caras mais versáteis e criativos da história do rock inglês.

E como hoje é aniversário do cara, resolvi fazer um post com um breve resumo da carreira invejável do homem dos mil projetos.

Dono de uma voz inconfundível, Albarn se tornou mundialmente famoso primeiramente por liderar o Blur, uma das bandas, ou melhor... a banda que deu origem a um dos maiores movimentos da década de 90, o Britpop.

Com o Blur, Damon colocou 7 singles no primeiro lugar das paradas britânicas, tais como: Song 2, Beetlebum, Girls & Boys, Coffee & TV e Parklife (não exatamente nessa ordem). 

Depois do sucesso arrebatador do disco Blur (1997) que fez o mundo inteiro gritar "woo-hoo!", Albarn decidiu se aventurar em outros estilos, o que não era uma surpresa pra ninguém, pois o Blur sempre mostrou sons experimentais e se modificava a cada disco.

Pra ser mais preciso, no ano de 1998, Damon ao lado de Jamie Hewlett que é co-criador da história em quadrinhos Tank Girl, deu início a um dos projetos mais originais da história da música, o Gorillaz, que era uma banda de desenho animado. Albarn dava voz e vida ao personagem 2-D, que era o vocalista do grupo.

Ainda hoje, diz a lenda de que há quem conheça o Gorillaz, mas não conheça Damon Albarn e o seu trabalho anterior. Se isso é verdade ou não, não podemos dizer, mas o fato é que o Gorillaz faturou um Grammy, recebeu mais 5 indicações e levou 5 certificados de platina por seu segundo album, Demon Days (2005).

Tempos depois, Damon possuia material para lançar um disco solo, e assim ele o faria sob o nome de The Good, the Bad and the Queen, mas rapidamente mudou de ideia e acabou montando um supergrupo para tocar o projeto. A banda tem um line-up de respeito, com ninguém menos do que o ex-Clash Paul Simonon no baixo, Simon Tong que tocou no The Verve e no próprio Blur nos anos em que Graham Coxon esteve fora, inclusive, tendo gravado o último disco de inéditas do Blur, Think Tank (2003) e o lendário baterista da banda Fela Ransome Kuti, Tony Allen.

Os singles do disco alcançaram boas posições nas paradas e o disco recebeu boas avaliações da crítica especializada. No mais, quando todos achavam que Damon ia continuar com seus projetos pra lá de diferentes, o que inclui uma ópera para a as Olimpiadas de Pequim em 2008, ele resolve voltar a fazer mais do mesmo.

Reúne-se a seus antigos companheiros e decide ressucitar o Blur, que logo lançou uma coletânea, intitulada Midlife: A Beginners Guide to Blur, que segundo Albarn, é um guia para as pessoas mais novas, e que diz algo como: "Hey, nós somos o Blur!"

Em 2009 então, depois de seis anos separados, o Blur volta no maior festival ao ar livre do mundo, o Glastonbury, o mesmo festival que consagrou a banda quase uma década antes. Ainda no mesmo ano, a banda lançou um disco ao vivo, o All the People: Blur live at Hyde Park.

Com o Gorillaz, lançou Plastic Beach em 2010, que a exemplo de todos os outros discos do Gorillaz, foi muitíssimo bem recebido pela crítica. E no natal do mesmo ano, Damon já soltou na internet outro trabalho do Gorillaz, The Fall, gravado e mixado em um iPad.

Mas ainda assim, o principal cartão de visitas de Albarn, ainda é o Blur, de onde as pessoas ainda esperam um novo trabalho, ainda mais depois do bom single Fool's Day, de 2009.

E só pra terminar: Feliz aniversário, Damon.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Guns N' Roses - Use Your Illusion

Depois do sucesso arrebatador de Appetite for Destruction (1987) e o êxito com que Patience segurou as vendas de Lies (1988), o Guns N' Roses levou quase quatro anos pra finalmente lançar um material novo.

O baterista Steven Adler estava usando mais drogas do que nunca, e por esse motivo, mal conseguia segurar as próprias baquetas. Resultado: Foi demitido. Pro seu lugar, foi recrutado Matt Sorum, que havia tocado no The Cult.

Em seu terceiro trabalho, já era de se esperar uma maturidade maior no som dos Guns N' Roses em relação aos outros álbuns. Pra ajudar nesse processo de evolução, foi adicionado à banda o tecladista Dizzy Reed.

Mas ainda que a banda tenha se tornado mais ambiciosa, a parte I de Use Your Illusion ainda remete e muito a pegada hard rock que os consagrou em Appetite for Destruction. Inclusive, um bom exemplo disso é logo na faixa que abre o álbum: Right Next Door to Hell.

Mas por outro lado, a banda resolveu investir e até mesmo apostar em outros elementos, que variavam entre os estilos, que iam desde o country, passando pelo blues e até mesmo de música clássica, como na épica November Rain.

Outro ponto positivo de Use Your Illusion, é que pela primeira vez em um disco do Guns, outros membros da banda assumem os vocais. O guitarrista e principal compositor Izzy Stradlin por exemplo, canta na country You Ain't the First, no blues psicodélico Dust N' Bones e na raivosa Double Talkin' Jive, além de assumir as rédeas da guitarra solo em Back off Bitch.

Um dos grandes momentos de Use Your Illusion I, sem dúvida é Bad Obsession. Toda carregada em guitarras distorcidas e acompanhadas de uma gaita, ela soa como algumas das grandes peças do Aerosmith.

Embora o Guns seja reconhecido predominantemente por suas músicas rápidas e por letras que quase sempre fazem referência à sexo ou drogas (ou as duas coisas ao mesmo tempo); reconhecidamente eles também sabem fazer boas baladas. Tanto isso é verdade que uma das faixas que mais sustentou o álbum pelo maior período de tempo possível foi a belíssima Don't Cry - que também aparece em uma versão com letra alternativa em Use Your Illusion II. (ver: Don't Cry - alt. lyrics)

Cada parte do álbum conta também com um cover. Em Use Your Illusion I, a banda fez uma versão ainda mais rápida e explosiva para Live and Let Die, de Sir Paul McCartney.

No disco II, os trabalhos já começam com Civil War, com uma letra carregada de protesto e de metáforas, é a última que conta com a participação do baterista Steven Adler na gravação.

Aliás, uma diferenciação entre as partes I e II, é a capa. A primeira é amarela, com detalhes em vermelho e a segunda, azul. Na época da lançamento de Use Your Illusion a banda chegou a explicar o sentido disso. A ideia era a de que em Use Your Illusion I haveriam músicas mais rápidas, quentes e pesadas, por isso, o amarelo, e no II, músicas mais trabalhadas e serenas, por isso, o azul.

Embora, essa explicação possa ser contestada, pois November Rain, que é toda orquestrada, entra no I e faixas mais rápidas como You Could Be Mine e Shotgun Blues entram no II.

E à exemplo do primeiro disco, algumas coisas se repetem aqui, como o cover, que desta vez é a consagradíssima versão para Knockin' On Heaven's Door, de Bob Dylan. Outro fato a ser destacado, é de mais uma vez outros membros assumirem os vocais principais. Quem solta a voz dessa vez é o baixista Duff McKagan na baladinha So Fine.

Mas sem sombra de dúvida, o grande momento do disco é Estranged. Com um instrumental impecável e letra intransponível, é tida por muitos fãs da banda como a melhor música já escrita por Axl Rose e com um dos solos mais bonitos que Slash já executou.

Mas pra não dizer que Use Your Illusion é um disco impecável, Axl comete um de seus pecados justamente na última faixa, ao enfiar a eletrônica e bizarra My World como faixa de encerramento. Mas fora isso, foi sem sombra de dúvida um dos discos mais fundamentais dos anos 90.

terça-feira, 13 de março de 2012

Dois discos, dois conceitos: O novo, de novo


Dois grandes discos conceituais logo no primeiro semestre e que trabalham tradição e modernidade sem soar forçado. A musica brasileira agradece!

Avante - SibaSiba e a ode ao movimento!

No primeiro dia do ano de 2012, Avante veio como avalanche para tomar conta das listas de melhores do ano. O conceito é literalmente uma ode ao movimento, letras que empilham desenfreadamente a descrição de cenas, acontecimentos, mostrando que até aquilo que aparenta não mover, grita forte a inquietude da ação, como os coqueiros (Coqueiros parecem vigias felizes/Que zombam do tempo que engole os humanos/E assim passam dias e meses e anos/Não cedem, não cansam, não tem cicatrizes) e os edifícios (Com olhos de vidro de cores berrantes/Balançam edifícios de quarenta andares/Que olhados de longe se parecem altares/Do culto esquecido de uns deuses gigantes) de Cantando Ciranda na Beira do Mar. Tudo isso demarcado com uma guitarra e uma tuba(!) em contraponto, empurrando as canções para o conceito passar de uma simples ideia até a cabeça dos discos do ano.

http://www.mundosiba.com.br

O Deus que Devasta mas Também Cura - Lucas Santanna: O homem moderno e seu conflito com Deus:

Também no mesmo esquema usado por Siba, O Deus que Devasta Mas Também Cura sai diretamente para download gratuito no site, e vem fazer barulho tão forte quanto. No conceito das letras, o retrato de um cidadão em conflito (retrato de todos nós então), que sofre a dor de ver uma catástrofe natural (uma enchente poetizada em versos acusatórios na musica que abre e leva o titulo do disco – Carros sobre o alambrado/ pista coberta de barro/ Bancas e escolas fechadas/ Quando a cidade parou/ Por causa da fúria de  um Deus) ou levar um pé na bunda em Para Onde Irá Esta Noite?, e passa momentos de felicidade pura com os filhos na praia em Dia de Furar Onda no Mar, chegando ao final do álbum  a conclusão que a graça da vida ta nesse desequilíbrio: imprevistos hão de ter/ precipícios para saltar/ os enigmas para desvendar/ e batalhas para vencer. Tudo isso com um trabalho sonoro em que orquestrações e programações eletrônicas se misturam sem nunca soarem esquisitas e desconexas. É o músico da segunda faixa do disco (musica inspiradíssima de Tom Zé, Hebert Vianna e Bi Ribeiro) que semeia suas angustias e alegrias como um “trem que tem ignição de ser pólen porque ... domina, insemina”. 

Keane lança primeiro single de Strangeland

Depois de anunciar o nome e a data de lançamento de seu próximo trabalho de estúdio, o Keane lançou oficialmente na última segunda-feira (12/03) o primeiro single de Strangeland, Silenced by the Night.

Você pode ouvir a faixa na íntegra clicando no link a seguir: Keane - Silenced by the Night.

O lançamento de Strangeland está previsto ainda para o primeiro semestre, mais precisamente para a primeira semana de maio, dia 7.

quinta-feira, 8 de março de 2012

The Smashing Pumpkins - Mellon Collie and the Infinite Sadness

Depois de aproveitar a cena grunge para se promover com seu disco de estreia, Gish (1991) e obter resultados mais satisfatórios com Siamese Dream (1993), o Smashing Pumpkins partia para o seu trabalho mais ambicioso, o disco duplo Mellon Collie and the Infinite Sadness.

Pouco antes do lançamento do álbum, o vocalista Billy Corgan chegou a definir o disco como o "The Wall da Geração X", em comparação com o conceitual álbum do Pink Floyd.

Para se ter uma ideia, a banda chegou a trabalhar 60 músicas em estúdio, das quais foram selecionadas 32 e depois 28, número final de faixas de Mellon Collie.

Logo na faixa de introdução, já se percebe uma evolução de anos luz na sonoridade dos Pumpkins. Mellon Collie and the Infinite Sadness é uma belíssima interlude, toda dominada por um piano parcimanioso, mas que também conta com arranjos bem trabalhados nas cordas de cellos e violinos.

Mas deve-se admitir, Mellon Collie é só uma amostra da faixa que viria adiante, a belíssima Tonight, Tonight. A ideia de composição vem da mesma verve da intro, a que procura trazer arranjos complexos e intimistas, acompanhados de uma bateria que carrega o refrão em ritmo quase militar – à toque de caixa.

Mas não muito depois, o Smashing Pumpkins volta a investir em distorções pesadas e riffs agressivos, como nas faixas posteriores a Tonight, Tonight, que são Jellybelly e Zero. Inclusive, a última dando origem a icônica camiseta de Billy Corgan.

A julgar pelo número de faixas do álbum, pode até se dizer que o número de singles é baixo. Porém, não pode se negar que Mellon Collie and the Infinite Sadness foi sem dúvida o maior gerador de hits da carreira do Smashing Pumpkins. Prova disso é Bullet With Butterfly Wings, que até hoje tem seu refrão cantado em uníssono pelos fãs nos shows da banda.

Mas mesmo as que não foram tão trabalhadas pela banda depois do lançamento do álbum merecem seu devido destaque, tal como a harmoniosa Cupid de Locke, que nos remete à paisagens bucólicas e bons sentimentos ao ouvir esta faixa.

Como Mellon Collie and the Infinite Sadness é dividido em duas partes, ao invés de colocar I e II na frente do título de cada parte, a banda resolveu explorar o conceito de vida e morte aplicando ao título as partes do dia. 

A primeira se chama Dawn to Dusk, que numa tradução livre, representa a ideia de "amanhecer ao anoitecer". Já a segunda, se chama Twilight to Starlight, que também numa tradução livre, quer dizer algo como "do crepúsculo à luz das estrelas".

Na segunda parte, seria estupidez não dizer que o maior destaque do disco é sem dúvida a épica 1979. A faixa traz consigo um sentimento de passado, até mesmo de ter saudade daquilo que nunca se viu, daquilo que nunca se viveu.

Thirthy-Three também deixa clara a evolução e a pretensão dos Pumpkins em fazer um disco épico. Mas nem por isso, a segunda parte deixa de ter seus momentos de peso, que fazem lembrar até mesmo as faixas mais sujas de Gish (1991). Exemplo disso é Bodies, que apresenta guitarras distorcidas e uma bateria bem trabalhada.

Aliás, o trabalho de James Iha em Mellon Collie and the Infinite Sadness merece destaque, claro, mas sabemos que a cabeça pensante do grupo, seja nos acordes mais trabalhados como os de 1979 ou do riff poderoso de Jellybelly, partem sempre de Billy Corgan.

A cozinha da banda, feita por D'arcy Wretzky e Jimmy Chamberlin também é algo a se admirar. Sobretudo pelo trabalho realizado pelo baterista. Chamberlin consegue mesclar pegadas de jazz em faixas mais calmas, mas também tem uma pegada heavy metal quando uma música pede.

Por muitas vezes, as pessoas dizem que um disco é conceitual, mas simplesmente pelo fato dele ser muito bom. Mellon Collie vai ainda mais longe. Primeiro por ser de fato um trabalho conceito, mas não só pela qualidade invejável de arranjos e a complexidade das letras, mas também por englobar ao longo de suas 28 faixas todo um ciclo de vida e morte.

terça-feira, 6 de março de 2012

Oasis - (What's the Story) Morning Glory?

Lançado em 1995, (What's the Story) Morning Glory? foi o disco que consolidou o Oasis como uma das maiores bandas de rock do planeta. 

No ano anterior, a banda havia lançado seu debut-album, Definitely Maybe, e precisava nesse segundo disco repetir o sucesso do primeiro, para não cair naquela maldição do segundo álbum, assim como aconteceu com uma das suas principais influências, o Stone Roses.

Mas existe uma máxima no mundo da música que diz que lançar um bom primeiro disco, que faça um sucesso arrebadator, já não é coisa das mais fáceis; fazer um sucessor que seja ainda melhor e que tenha mais êxito, é mais difícil ainda. 

Mas o Oasis conseguiu. Definitvamente sim (com o perdão do trocadilho). O guitarrista e responsável por toda a parte cerebral do grupo, Noel Gallagher, estava em sua melhor fase criativa. E segundo o próprio, usando mais drogas do que nunca.

A título de informação, o disco é o terceiro mais vendido da Inglaterra até hoje, só perdendo para o Greatest Hits do Queen e para o Sgt. Peppers, dos Beatles. É pouco ou tá bom?

E que a banda sempre teve muita influência dos Beatles em seu som, isso nunca foi segredo pra ninguém, mas no período correspondente entre os anos de 1994 e 1997 isso era gritante, sobretudo nesse disco. Aliás, isso se nota logo nas duas primeiras faixas, Hello e Roll With It, que traziam uma sonoridade que conseguia pegar toda a atmosfera do rock dos anos 60 e juntar com a, até então, modernidade da segunda metade dos anos 90.

Adiante, os dois maiores hits da carreira do grupo. E claro, do disco. Wonderwall e Don't Look Back in Anger. Reza a lenda, que na época das gravações do álbum, Noel chegou com as duas músicas para Liam e deixou que ele escolhesse qual ele queria cantar. O irmão mais novo optou por Wonderwall.

Não há uma teoria precisa para a origem da composição de Wonderwall. Há quem diga que Noel fez para sua namorada na época. Há também quem diga, que ele a compôs para Liam, depois de uma briga séria entre os dois irmãos. Embora Noel já tenha afirmado que a música de fato teria sido composta para sua namorada, tempos depois ele negou, e afirmou ser para um amigo imaginário.

Don't Look Back in Anger é sem dúvida um dos hinos absolutos dos anos 90. Indiscutivelmente, uma das meninas dos olhos de Noel. Toda carregada em um piano semelhante ao de Imagine, de John Lennon, a faixa ainda tem um solo que, embora não seja difícil de ser executado, ainda assim soa brilhante.

Embora tenha ficado claro que o Oasis diminuiu o ritmo se comparado com Definitely Maybe, o disco ainda tem seus momentos com a distorção ligada, tais como em Some Might Say, Hey Now e na épica Morning Glory, que tem um dos melhores solos de guitarra de Noel até hoje.

Assim como nas duas primeiras faixas, She's Electric aparece com uma forte influência dos Beatles, aliás, pode se dizer que até mais do que nas duas anteriormente citadas. Ela faz lembrar os Fab Four não apenas na música, mas até nos modos como a letra foi composta e se fez entender.

Já na linha de baladas acústicas que viram hinos de uma geração, tais como Wonderwall, temos Cast no Shadow, que mesmo não tendo virado single, é uma das músicas mais queridas e admiradas pelos fãs da banda até hoje.

Aliás, essa ligação que podemos fazer entre as faixas até faz certo sentido, inclusive tendo sido explicada pelo próprio Noel, que afirmou que todas as faixas de (What's the Story) Morning Glory? tem uma ligação espiritual entre si, embora Noel seja declaradamente ateu.

Geralmente as bandas procuram fechar seus discos de maneira serena, sóbria. No caso desse disco, serena pode até ser, mas sóbria, não. Champagne Supernova exala álcool e psicodelia pelas caixas de som em seus quase oito minutos de duração. Outra das lendas que cerca esse disco, é sobre essa faixa. Dizem que ela foi tocada pela primeira vez em uma van, por Noel, apenas com um violão. Quando o mesmo terminou, o guitarrista Bonehead teria começado a chorar copiosamente, de tão bonita que era a música. E de fato é.

Num apanhado geral, se (What's the Story) Morning Glory? tivesse que receber outro título, só caberia Greatest Hits, pois mesmo que nem todas as faixas tenham tido a oportunidade de ter virado single, todas elas se tornaram verdadeiros hinos ingleses.

sábado, 3 de março de 2012

Dance Para o Rádio (Listas) - Grandes músicas (Década de 80)

Fazer listas musicais com qualquer tema que seja geralmente já é uma tarefa muito difícil. Nas últimas semanas, tenho me dedicado a listar alguns dos melhores sons de cada década, como já fiz com as melhores dos anos 2000 e dos anos 90 também.

Devo dizer também, que estava particularmente ansioso para que chegasse a lista dos anos 80, que num contexto geral, suponho que seja minha década favorita, e não só musicalmente falando – e olha que eu nem vivi ela, tendo nascido em 1991.

Mas enfim, depois de muita pesquisa, muita música ouvida, cheguei a uma playlist pra ninguém botar defeito, mesmo sabendo que há quem vá dizer que essa ou aquela foi esquecida. 

Mas pra dizer bem a verdade, até concordo, pois resumir a 50 o número de grandes músicas dos anos 80 é um exercício muito difícil, e até torturante eu diria.

E só pra ressaltar, geralmente as listas saem na quinta, mas essa semana foi meio puxada, com trabalho, primeira semana efetiva de aula na faculdade e tudo mais, aí acabou ficando pra sábado. Mas geralmente, é na quinta.

Vistas essas considerações, vamos ao que realmente interessa: a lista com algumas das melhores músicas dos anos 80. Divirtam-se.

01 – New Order – Blue Monday [Power, Corrpution & Lies, 1983]
02 – Queen – I Want to Break Free [The Works, 1984]
03 – Duran Duran – Save a Prayer [Rio, 1982]
04 – A-Ha – Take on Me [Hunting High and Low, 1985]
05 – Guns N' Roses – Welcome to the Jungle [Appetite For Destruction, 1987]
06 – Tears for Fears – Head Over Heels [Songs From the Big Chair, 1985]
07 – The Smiths – There is a Light That Never Goes Out [The Queen is Dead, 1986]
08 – Depeche Mode – Personal Jesus [Violator, 1989]
10 – Michael Jackson – Beat It [Thriller, 1983]
11 – Bon Jovi – Livin' on a Prayer [Slippery When Wet, 1986]
12 – The Stone Roses – She Bangs the Drums [The Stone Roses, 1989]
13 – Madonna – Like a Virgin [Like a Virgin, 1984]
14 – Human League – Human [Crash, 1986]
15 – Iron Maiden – The Trooper [Piece of Mind, 1985]
16 – Men at Work – Overkill [Cargo, 1983]
17 – AC/DC – Back in Black [Back in Black, 1980]
18 – REM – The One I Love [Document, 1987]
19 – Guns N' Roses – Sweet Child O' Mine [Appetite for Destruction, 1987]
20 – Oingo Boingo – Stay [Dead Man's Party, 1984]
22 – Europe – The Final Countdown [Europe, 1986]
24 – U2 – I Will Follow [Boy, 1980]
25 – Queen & David Bowie – Under Pressure [Hot Space, 1982]
26 – Mötley Crüe – Dr. Feelgood [Dr. Feelgood, 1989]
27 – The Police – Every Breath You Take [Synchronicity, 1983]
28 – Journey – Don't Stop Believin' [Escape, 1981]
29 – Van Halen – Jump [1984, 1984]
30 – The Cure – Lovesong [Disintegration, 1989]
31 – George Michael – Careless Whisper [Make it Big, 1984]
32 – Eurythmics – Sweet Dreams [Sweet Dreams, 1983]
33 – New Order – Bizarre Love Triangle [Brotherhood, 1986]
34 – Billy Idol – Dancing With Myself [Don't Stop, 1981]
35 – Joan Jett & The Blackhearts – I Love Rock N' Roll [I Love Rock N' Roll, 1981]
36 – The Clash – Rock the Casbah [Combat Rock, 1982]
37 – Queen – A Kind of Magic [A Kind of Magic, 1986]
38 – Nirvana – About a Girl [Bleach, 1989]
39 – Phil Collins - Against All Odds [Against All Odds, 1984]
40 – N.W.A – Fuck tha Police [Straight Outta Compton, 1988]
41 – The Pretenders – Don't Get Me Wrong [Get Close, 1986]
42 – David Bowie – Ashes to Ashes [Scary Monsters (and Super Creeps), 1980]
43 – The Psychedelic Furs – Pretty In Pink [Talk Talk Talk, 1981]
44 – Heart – If Looks Could Kill [Heart, 1985]
45 – The Bolshoi – Sunday Morning [Friends, 1986]
46 – Poison – Every Rose Has Its Thorn [Open Up And Say... Ahh!, 1988]
47 – Devo – Whip It [Freedom of Choice, 1980]
48 – Roxette – Dressed for Sucess [Look Sharp, 1988]
49 – Bruce Springsteen – Born in the U.S.A [Born in the U.S.A, 1984]
50 – Aerosmith – Janie's Got a Gun [Pump, 1989]

sexta-feira, 2 de março de 2012

Franz Ferdinand - Franz Ferdinand

Já que o Franz Ferdinand não parece dar fortes indícios do lançamento de um novo trabalho em 2012 para o sucessor de Tonight: Franz Ferdinand (2009), que tal se a gente desse uma de Martin McFly e voltássemos um pouco no tempo?

Pois bem, voltamos então ao ano de 2004. E sim, já faz quase uma década. Dizendo assim, dá até pra se sentir velho, não é? Mas enfim, vamos ao que interessa. Vamos ao disco de estreia do Franz Ferdinand, que carrega no titulo o mesmo nome da banda.

Nesse primeiro registro, nota-se dois tipos de influência. Para o rock, o Talking Heads desponta como influência mais óbvia. Já para as batidas mais dançantes, alguns momentos do disco nos fazem lembrar coisas como Duran Duran e Depeche Mode.

O disco é aberto com Jacqueline, que começa sóbria, lenta, com um simples violão. Chega até a parecer uma armadilha para quem já espera por um disco devagar.

Mas é só a música começar a ganhar corpo e logo as linhas do disco começam a se desenhar. Do meio pra frente, Jacqueline traz guitarras animadas e uma bateria rápida, quase punk.

Na segunda faixa, o maior pecado do disco: Tell Her Tonight. Não que a música seja ruim. Muito pelo contrário, a música é tão boa, mas tão boa, que merecia uma sorte melhor. No caso, ter sido single. Mas infelizmente, isso não aconteceu.

Bem, adiante temos Take Me Out, que é de longe o maior hit não só desse álbum, mas bem como de toda a carreira da banda. Seria redundante dizer que é disparada a música com o maior apelo pop do disco.

Em sons como Dark of the Matinèe e This Fire, a banda traz guitarras leves e um baixo marcante, além da bateria bem ritmada, numa batida quase militar, como não podia deixar de ser.

Aliás, pode-se dizer que esse tipo de som o Franz Ferdinand faz com maestria, inclusive tendo influenciado boas bandas mais novas, tais como o The Cribs que a propósito, teve o disco Men's Needs, Women's Needs, Whatever (2007) produzido pelo próprio Alex Kapranos.

Não podíamos deixar de mencionar também que o Franz Ferdinand tem uma faceta quase punk. Quando chegamos à Michael, faixa 9, temos uma amostra perfeita disso. Aliás, devemos dizer que aqui sim, caso não fosse single, seria uma das maiores injustiças cometidas em discos de rock nos últimos vinte anos, no mínimo.

Que a letra de Michael sugere bissexualidade, isso logo se salta aos olhos. Sobre a composição da mesma, Kapranos disse que ela foi composta por dois amigos, que estiveram numa balada num lugar chamado Disco X, em Glasgow.

Já em tons de fim de álbum, Come on Home é disparada a música com a sonoridade mais oitentista do disco, com direito a solo de teclado e tudo mais.

E por fim, resta dizer que é um bom disco, que inclusive chegou a listado como um dos 1001 discos que as pessoas devem ouvir antes de morrer. E de certo modo, não deixa de ter razão.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Noel Gallagher confirma duas datas no Brasil

O ex-guitarrista do Oasis confirmou a sua vinda ao Brasil para dois shows, depois de muitas especulações acerca de uma turnê sulamericana.

A informação foi confirmada no site oficial de Noel, que se apresenta no dia 2 de maio em São Paulo no Espaço das Américas e no dia 3 no Rio de Janeiro no Vivo Rio.

Os shows são parte da turnê do disco Noel Gallagher's High Flying Birds, lançado ano passado. Mas o que se espera é um show bem mais longo do que apenas o tempo de seu novo álbum. Espera-se que Noel também toque grandes sucessos do Oasis.


Confira abaixo as informações sobre a venda de ingressos:

São Paulo - 2 de maio

Local: Espaço das Américas
Preços:
Pista Premium: R$ 340 (meia R$ 170)
Pista: R$ 180 (meia R$ 90)
Vendas a partir de 2 de março: www.livepass.com.br

Rio de Janeiro - 3 de maio
Local: Vivo Rio
Preços:
Pista Premium : R$ 300 (meia R$ 150)
Pista comum: R$ 200 (meia R$ 100)
Camarote A: R$ 300 (meia R$ 150)
Camarote B: R$ 280 (meia R$ 140)
Frisa: R$ 140 (meia R$ 70)

Vendas a partir de 05 de março: www.ingressorapido.com.br

Seguidores

Quem faz o Dance Para o Rádio