quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Joy Division - Unknown Pleasures

No fim da década de 70, influenciados pela pegada rápida do punk rock, mas também pelos sons de David Bowie e do The Doors, surgia na cena mancuniana uma das bandas mais influentes e conceituais da história, a Joy Division.

Liderados pelo icônico vocalista Ian Curtis, eles lançaram um EP em 1978, chamado An Ideal for Living, com uma forte influência do punk, e que também era uma pequena amostra do que a banda iria apresentar em seu disco de estreia, o seminal Unknown Pleasures, lançado um ano depois.

Na faixa que abre o álbum, passa a exata sensação de que o álbum tem a pretensão de ser simplesmente punk. 

O título Disorder sintetiza exatamente toda a mensagem que a música quer passar. Outro aspecto bastante presente no som da Joy Division já fica evidente logo na primeira nota de baixo batida por Peter Hook – a fixação do baixista por notas agudas.

Mas logo na sequência, em Day of the Lords, a banda diminui o ritmo e tenta dar a entender que aparece como o primeiro e mais genuíno representante da nova cena dominante, o post-punk.

Um aspecto muito elogiado pelos críticos na época do lançamento de Unknown Pleasures foi a profundidade e a honestidade que Curtis empregava em suas letras. Isso se aplica mais do que em qualquer parte do álbum na sequência New Dawn Fades, She's Lost Control e Shadowplay.

Aliás, principalmente se baseados nessas três músicas, percebemos que o fator determinante para o disco soar de uma forma tão pura e original, é o trabalho feito pela cozinha da banda, ou seja, o baterista Stephen Morris e o baixista Peter Hook.

Hook, de quem sou fã confesso, transita entre linhas de baixo absurdamente sombrias, tais como a de Shadowplay, mas também consegue fazer o trabalho de uma segunda guitarra, como em She's Lost Control.

Inclusive, em She's Lost Control encontramos ligeiros elementos de música eletrônica. Umas batidas mais diferentes, algo mais experimental, também encontrados em trechos de Insight. O mais engraçado, e o que muitas pessoas desconhecem, é o fato de quem ser fã de sons eletrônicos na banda era justamente o vocalista Ian Curtis, contrariando a máxima de que o New Order havia "assassinado" a memória da Joy Division.

Em entrevista recente, Peter Hook declarou que mesmo se Ian Curtis estivesse vivo e a Joy Division ainda em atividade, eles estariam tocando Blue Monday (New Order – Power, Corrpution & Lies, 1983).

Outro aspecto bastante notável de Unknown Pleasures é a capa, feita por Peter Saville e Chris Mathan, mas foi o guitarrista Bernard Sumner que pediu para que a banda usasse a imagem, que é basicamente a morte de uma estrela captada por um medidor de pulsos.

Em 1980 a banda lançou Closer, Ian Curtis se matou, e restou a Bernard Sumner a tarefa de cantar Blue Monday...

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