sábado, 21 de janeiro de 2012

The Who - Tommy

Que o The Who é uma das maiores bandas de todos os tempos, disso não há dúvida. Aliás, há quem defenda veementemente que eles foram em seus tempos de glória a melhor e mais completa banda de rock de todos os tempos.

Mas sobre isso nunca ninguém vai chegar a uma conclusão efetiva. Porém, pode se afirmar sem sombra de dúvida que o The Who definitivamente é uma das quatro ou cinco bandas mais influentes que o mundo já viu.

E se há quem afirme que em My Generation (My Generation, 1965) a banda deu o pontapé inicial no que viria a ser o Punk Rock uma década depois, quatro anos após o lançamento de seu primeiro álbum, a banda concebeu seu disco mais conceitual e poderoso: Tommy.

Você certamente já ouviu o termo Ópera Rock, não? Pois saiba que os pais do gênero são os caras do The Who. Ou melhor, o guitarrista do grupo, Pete Townshend. E foi justamente em Tommy que eles deram início a esse novo conceito dentro do rock n’ roll.

O conceito de Ópera Rock surge da ideia de um album ser todo trabalhado em cima de uma historia específica, onde todas as faixas tenham uma ligação entre si. Nesse disco, a história de Tommy Walker, um jovem que fica cego quando vê seu pai matando o amante de sua mãe através de um espelho e é convencido por ele de que não viu nada.

Aliás, uma das referências ao estado de Tommy, que agora não enxergava mais, é vista na faixa 6, Eyesight to the Blind.

Durante sua infância Tommy sofreu muitos abusos, diversas vezes mencionados nas faixas do disco. Inclusive, o tema gerou muita polêmica na época do lançamento do album.

Depois que Tommy se torna adulto, ele encontra uma máquina de pinball e vira uma espécie de mestre do jogo; daí vem a música Pinball Wizard, um dos maiores clássicos não só da banda mas da história do rock.

A cura para a cegueira de Tommy se dá ao longo das faixas posteriores à Pinball Wizard, como a interlude There’s a Doctor de pouco mais de vinte segundos que conduz o álbum para a próxima faixa, Go to the Mirror, onde o médico coloca Tommy de frente para o espelho e quando este vê seu reflexo acaba por quebrar o objeto, como sugere Smash the Mirror.

Mas deixando o enredo de lado – se é que isso é possível – a qualidade musical de Tommy deve ser descrita como espetacular, nada menos do que isso. Como é de conhecimento de todos que apreciam as grandes bandas de rock, é sabido que o The Who era formado por músicos competentíssimos.

Todos os instrumentos possuem um ponto de destaque, como a insana bateria de Keith Moon, que por incrível que possa parecer, é mais orquestrada e controlada nesse álbum.

O baixo de John Entwistle, com suas linhas hiperativas que funcionavam como o olho do furacão que era o The Who por diversas vezes assume a liderança das músicas de Tommy.

A guitarra de Pete Townshend, carregada de acordes e linhas complexas, também dá sua contribuição no que se refere a riqueza sonora que Tommy possui.

Aliás, que seja ratificado que ao analisarmos o trabalho de Pete Townshend em Tommy, podemos chamá-lo também de maestro, pois ele não se limita apenas a tocar a sua guitarra, mas também outros instrumentos como órgão, sintetizadores e teclados em geral. Além claro, de orquestrar o trabalho todo.

E claro que não podemos deixar de citar o belo trabalho de Roger Daltrey nos vocais. Seu modo singular de cantar fez com que Tommy agregasse uma emoção ainda maior em cada faixa, deixando sua contribuição mais do que notável para que o disco pudesse ser considerado como um dos melhores álbuns de rock de todos os tempos e ser descrito por muitas pessoas como simplesmente espetacular.

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