sábado, 14 de janeiro de 2012

Mötley Crüe - Saints of Los Angeles

Saints of Los Angeles sem dúvida foi o disco que resgatou a sonoridade hard rock que o Mötley Crüe veio perdendo ao longo dos anos. 

A temática do álbum é bem clara: A sedutora cidade de Los Angeles. E isso fica bem claro logo na faixa de introdução, L.A.M.F. (Like a Motherfucker), que diz o seguinte:
“Slithering towards the dream, all infected with the same disease, Awaiting your flesh to be cloaked in silver. As the fatrats grovel, ready to steal your innocence and exploit your soul. Some will hit their knees in a rancid act of desparation while others search for a hopeless god to save them. For every hour, there will be 100,000 fallen, drowning in a cesspool of awareness that they have failed. This city full of plastic angels will seduce you. Welcome to Los Angeles…”
O que isso quer dizer? Simples. Los Angeles, como já dizia aquela outra música daquela outra banda; é uma selva. Ou você luta pela sua própria sobrevivência, ou você morre.

Embora algumas pessoas insistam em classificar Saints of Los Angeles como metal, ou algo bem próximo disso, a verdade é que o album é bastante farofa, exatamente como a banda costumava fazer nos seus tempos áureos.

As letras fazem parecer que os caras do Mötley Crüe ainda tem vinte e poucos anos. A julgar pelo conteúdo delas, a impressão é de que eles ainda vivem em 1987. Ou seja, se você espera maturidade nesse disco, não vai encontrar. Pelo menos não nas letras.

Mas por outro lado, a parte instrumental é algo a se ressaltar. Saints of Los Angeles é carregado de riffs fortes e impactantes. Aliás, mais do que isso, é importante destacar que mesmo que seja um disco gravado nos dias de hoje, a banda conseguiu imprimir uma sonoridade bem próxima do hard rock que era feito nos anos 80, não só por eles, mas por outras bandas como o Poison e até mesmo umas coisas mais antigas do Bon Jovi.

Bons exemplos disso são What’s It Gonna Take e Down to the Whisky. A primeira é mais forte, rápida. Já a segunda começa rápida, mas perde em velocidade e traz um pré-refrão mais meloso, bem farofa mesmo.

Saints of Los Angeles, que dá nome ao disco, é outra das faixas a serem analisadas com uma atenção um pouco mais apurada. Notadamente ela desentoa do resto das músicas do album pelo seu começo, que é mais sombrio, marcado por um baixo gravíssimo. Inclusive, a faixa chegou a ser indicada ao Grammy por Melhor Performance de Hard Rock, mas acabou perdendo.

Há também de se aplaudir o trabalho de Nikki Sixx nesse disco. As linhas de baixo, embora não sejam difíceis de serem reproduzidas, são bastante agradáveis de se ouvir. Além do método de gravação, que fez com que os graves ficassem uma coisa muito mais física do que sonora.

Outro fator a ser destacado: A produção do album ficou ao encargo de DJ Ashba (guitarrista do Guns N’ Roses). Inclusive o disco foi gravado no Ashbaland Studios. O guitarrista também é co-autor de todas as faixas.

A notar a qualidade sonora do disco num contexto geral, deve-se admitir que DJ Ashba fez um grande trabalho. Juntamente com o Mötley Crüe, Ashba soube encaixar os elementos no tempo certo e misturar as verves oitentistas da banda com algumas modernidades dos dias atuais. Prova disso é a adição de alguns elementos eletrônicos em Motherfucker of the Year.

Comentário pessoal: Chicks = Trouble é a melhor faixa do álbum. Não chega a ser um daqueles hard rocks agressivos, até mesmo porque, voz de Vince Neil não deixa com que isso aconteça; mas ainda sim é uma grande música. O modo como as guitarras trabalham aqui é algo bem interessante de se ouvir.

No que se refere às informações: Saints of Los Angeles é o primeiro disco da banda a ser gravado com a formação original desde 1996. E mais do que isso, comercialmente falando, é disco o mais bem sucedido da banda desde o clássico Dr. Feelgood de 1989. 

Visto todos esses atributos e até uma nomeação para o Grammy, fica fácil dizer que Saints of Los Angeles é um grande disco e que resgata o rock não apenas do Mötley Crüe, mas de uma forma geral.

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