domingo, 29 de janeiro de 2012

The Killers - Day & Age

Na primeira metade da década passada, um dos estilos em voga era o indie. E dentro desse estilo haviam duas pontas. 

Uma, era formada por punks de boutique milimetricamente desarrumados e com os cabelos cuidadosamente encebados. Outra, por rapazes arrumadinhos de blazer e bem penteados.

A primeira era liderada pelo Strokes (hoje arrumadinhos) e pelo Libertines, que embora tenha alguma coisa ou outra de valor, sabemos que eles eram, mais do que qualquer coisa, forçados.

Na dos arrumadinhos, tínhamos o Franz Ferdinand, que é um Talking Heads bem menos talentoso (embora melhor produzido) e o The Killers, que se inspirava em sons dos anos 80 como Depeche Mode, A-Ha e Duran Duran.

E claro que devemos dizer que a maior motivação foi a volta (então recente) do New Order, que havia lançado Get Ready (2001), inclusive de onde eles tiraram pelo menos uns 70% de seu album de estreia, o consistente Hot Fuss (2004).

Mas o tempo passou e o Killers passou a se sentir blindado por bons comentários de Sir Paul McCartney e Bono e se achou no direito de gravar a primeira coisa que viesse à mente e tratar de enfiá-la em um disco. Os primeiros indícios de que isso estava acontecendo foi logo no sucessor de Hot Fuss (2004), quando eles lançaram o já ligeiramente irregular Sam’s Town (2006).

Mas ainda sim, o disco conseguiu alcançar a média e passar de ano. O conjunto da obra é bastante vazio e cheio de falhas, mas os hits como Bones, Read My Mind e When You Were Young conseguiram salvar o trabalho e fazer com que a banda sobrevivesse ao segundo disco e pudesse partir para um terceiro.

Mas aí veio o ano de 2008 e a banda precisava lançar um material novo. Eis que veio então Day & Age, que pode ser definido em uma palavra: Desastroso. E só como complemento, devo dizer que todos os envolvidos deveriam se envergonhar pelo que fizeram.

Como anteriormente dito, o Killers provavelmente se sentiu no patamar de grande banda de rock graças a elogios de lendas da música e achou que podia gravar qualquer coisa que as pessoas aplaudiriam. E foi isso que eles fizeram em Day & Age, um apanhado de músicas ruins que jamais deveriam ter visto a luz do dia.

Joy Ride é sem dúvida o maior exemplo disso. Até uma gravação demo dessa música seria um desperdício total de tempo, dinheiro e energia.

Aliás, não só essa faixa, mas bem como todo o disco ao longo de seus quarenta e cinco minutos, que mais parecem intermináveis horas de tortura. Mas o mais surpreendente em tudo isso, é saber que esse festival de músicas desnecessárias veio de quem poderia e deveria ter feito melhor.

No começo do álbum até se tem a falsa sensação de que trata de um trabalho de qualidade aceitável, pois os hits previsíveis Human e Spaceman foram colocados – estrategicamente – como faixas 2 e 3.

Mas de resto, mesmo com o maior dos esforços da parte de quem ouve, não se salva nada. Inclusive o que se vê são músicas que mesmo com seus três minutos de duração parecem levar uma eternidade para acabar. 

Isso sem mencionar Goodnight, Travel Well, que só de notar que ela tem seis minutos, já faz você ter vontade de quebrar o disco.

Esse ano, tudo indica que o Killers deva lançar um material novo. Se eles vão conseguir se resgatar da irregularidade que vem tendo ao longo dos anos e fazerem o que sabem de melhor, só resta esperar pra ver.

Mas se por outro lado eles resolverem se “reinventar” mais uma vez, será uma pena, pois além de ser um desperdício de talento, provavelmente vão se perder ainda mais no buraco em que caíram nessa tentativa desesperada de ser o U2 dos tempos modernos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores

Quem faz o Dance Para o Rádio