quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Keane - Hopes and Fears

Lançado em 2004, Hopes and Fears é o disco de estreia dos britânicos do Keane. Ao longo de seus quarenta e cinco minutos, o álbum soa como uma dose cavalar de angústia e sofrimento, com suas faixas sempre carregadas ao som de um piano solene.

Algo fundamental a se saber caso você não conheça ou não seja o maior fã do Keane é que eles definitivamente não são os maiores entusiastas daquele famoso instrumento chamado guitarra. 

Além do já mencionado piano, as músicas são sempre acompanhadas de um baixo e uma bateria. De vez em quando até entra um sintetizador, mas nada exagerado.

As duas primeiras faixas são para estragar o trabalho de qualquer terapeuta. O manjado hit Somewhere Only We Know e a rapidinha Bend and Break já mostram que a banda apareceu pra mostrar serviço.

Outro ponto positivo de Hopes and Fears, é que o disco tem muitas músicas com grande potencial para hit, além das que foram escolhidas como single. Bons exemplos disso são Your Eyes Open e a intrigante Can’t Stop Now.

O Keane mostra também que apesar de não fazer grandes variações em seu som, seu leque de influências é bem grande e diversificado; indo desde clássicos como o Queen, passando por coisas oitentistas como Depeche Mode e A-Ha e finalmente chegando à década de 90 – onde eles formaram a banda – com coisas como Oasis, Radiohead e principalmente o The Verve.

Aliás, a influência do som dos anos 80 está bastante presente em Everybody’s Changing, que é um dos singles do álbum e um dos maiores hits da banda ao longo da carreira. Musicalmente falando, ela não chega a desentoar das demais faixas. Mas, sem uma tentativa de explicação óbvia, a impressão que se tem é que ela possui um algo a mais, um diferencial que a faz se sobressair e deixar evidente essa veia oitentista.

O conceito aplicado em Hopes and Fears é a sugestão de que o disco passe ao ouvinte medo e esperança ao mesmo tempo. Ou seja, esse álbum tem uma enorme capacidade de fazer trabalhar a cabeça e apertar o coração ao mesmo passo como há tempos não se via. Faixas como This is the Last Time nos levam a atmosfera de uma vida cinzenta e chuvosa.

No que se refere às comparações, é valido dizer que das bandas inglesas da nova geração, o Keane faz mais o estilo do Muse – mas voltando um pouco mais no tempo, seria inevitável não citar o Coldplay.

O uso quase exaustivo do piano e o culto a depressão fazem também com que o Keane mantenha uma distância saudável de bandas mais alegres como o Kaiser Chiefs e o Franz Ferdinand.

É bem verdade também que o Keane não mostra nada exatamente revolucionário ou inovador em seu som, seja nesse disco de estreia ou até mesmo em seus discos posteriores: Under the Iron Sea (2006) e o conflituoso Perfect Symmetry (2008). Mas ainda assim, é uma banda que consegue instigar o individuo a querer ouvi-la, pois acima de tudo fazem um som honesto, profundo e que tem muito a dizer.

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