sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Cachorro Grande - Baixo Augusta

Primeira coisa: Baixo Augusta é amor à primeira ouvida. É disparado o melhor disco dos gaúchos da Cachorro Grande desde Pista Livre (2005)

O leque de influências da banda continua sendo o mesmo, ou seja, tudo o que a Inglaterra produziu desde a Invasão Britânica na década de 60 com os Beatles, os Stones e o Who até os dias de hoje.

Com a quebra de contrato da banda com a Deckdisc e um novo tendo sido assinado com a Trama, a banda gravou e ficou encarregada de produzir o próprio disco, inclusive tendo disponibilizado vídeos das sessões de gravação na internet.

Fazendo uma comparação bem simples pra que se possa ter uma ideia de o que é Baixo Augusta, ouvir esse disco é como andar numa montanha russa. Começa meio devagar e vai ganhando velocidade aos poucos. Aliás, isso já se nota logo na faixa que abre o disco, Não Entendo, Não Aguento.

A Cachorro Grande já havia experimentado mais sons eletrônicos em seu disco anterior, Cinema (2009), mas em Baixo Augusta a banda resolveu levar isso mais adiante. Em Tudo Vai Mudar percebe-se a influência que a banda sofre do Blur. A faixa é bastante eletrônica e soa bem parecida com Girls & Boys (Parklife, 1994).

A influência que os Beatles exercem sobre eles sempre foi gritante. Nesse disco então, não podia ser diferente. Em faixas como Baixo Augusta e Corda Bamba isso é claramente notado, seja em linhas e sequências de acordes de violão ou como os teclados são usados, além de alguns efeitos sonoros com tons psicodélicos, fazendo lembrar a fase Lucy in the Sky dos Fab Four.

Os temas das letras também variam bastante, o que é uma boa coisa, principalmente se comparados ao que tem se ouvido nas rádios, mesmo se tratando de bandas de rock. As letras da Cachorro Grande sempre desentoaram da maioria das bandas de rock nacional, prezando pela simplicidade, mas ao mesmo tempo pela criatividade.

O exercício de ouvir as faixas mais tranquilas de Baixo Augusta é como ter um passeio agradável nos parques de Porto Alegre nas manhãs de inverno da capital gaúcha.

No fim da montanha russa, ou do disco, como preferir; a Cachorro Grande encerra os trabalhos de Baixo Augusta com Mundo Diferente, soando mais tranquila e deixando de lado aquele ritmo frenético que o disco alcançou quando chegou a sua metade.

Em tempo, algo a se destacar é a evolução não só da banda musicalmente falando ao longo dos anos, mas bem como a de Beto Bruno como cantor. Não que ele seja um exemplo de técnica ou domínio vocal, mas algumas pessoas costumavam dizer que Beto Bruno era um cantor ruim que tinha dado certo. 

Talvez até houvesse um pouco de verdade nisso, pois Beto Bruno mais gritava do que cantava, sobretudo nos primeiros discos da banda. Mas mesmo assim, há de se concordar de que era o estilo de vocal certo para aquelas músicas.

Mas o tempo passou e Beto tem se aprimorado e conseguido fazer seus vocais soarem mais limpos e agradáveis de se ouvir, o que tornou o disco melhor do que ele já poderia ser.

Ponto para a Cachorro Grande.

Um comentário:

  1. O brasil rock r roll tem de prestar atenção na Cachorro Grande, banda muito boa, show deles é sempre único, pena que veem pouco pra Sampa.

    ResponderExcluir

Seguidores

Quem faz o Dance Para o Rádio